segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Ucrânia: o “ocidente” está brincando com fogo? Por quê? - “Know-How” de desestabilização posto em prática

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Detalhe da Praça Maidan em Kiev em 30/1/2014
No blog da redecastorphoto...


1/2/2014[*] Moon of Alabama 
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

O “ocidente” está promovendo um bando de direitistas como se fosse alguma “oposição democrática” contra o governo eleito da Ucrânia. Como é possível que Kerry diga que as forças que lutam contra governo da maioria e eleito, estariam em “luta pela democracia”?

John Kerry
Há aqui um grande perigo. O núcleo ativo da “oposição” são grupos fascistas, somados a uma coleção violenta de holligans e militantes:

Aqueles grupos vão de radicais extremistas de direita e torcidas de times de futebol até veteranos do exército nacionalistas e grupos armados com porretes. E para gáudio do campeão mundial de boxe Vitali Klitschko, converteram-se em presença dominante que comanda a ‘'revolução'’. Todos que têm algum interesse em jogo na solução da crise política da Ucrânia — incluindo diplomatas dos EUA e da União Europeia que a tudo assistem em frenesi – já reconheceram o papel desses agitadores. Mas, agora, esses grupos estão-se tornando incontroláveis.

Ao promover a “oposição”, que não tem meios para vencer eleições, o “ocidente” apoia e estimula essas forças extremistas, que já declararam que visam a levar o país a uma guerra civil.

Neonazistas ateiam fogo em edifícios públicos em 23/1/2014
Aí está, bem clara, como já escrevemos, uma repetição da estratégia usada para reduzir a Síria a ruínas. Sob o disfarce de “manifestações pacíficas” que, como na Ucrânia, jamais foram pacíficas, incitam-se forças extremistas contra o estado e suas estruturas.

Mas qual o objetivo dessa já declarada tentativa de converter a Ucrânia em estado sem governo e, possivelmente, lançar o país numa guerra civil?

A Síria já não comprovou que essas forças extremistas voltam sempre, fatalmente, contra o “ocidente”?! O que há para [Kerry] ganhar, na Ucrânia, senão mais guerra?!



[*] “Moon of Alabama” é título popular de “Alabama Song” (também conhecida como“Whisky Bar” ou “Moon over Alabama”) dentre outras formas. Essa canção aparece na peça Hauspostille (1927) de Bertolt Brecht, com música de Kurt Weil; e foi novamente usada pelos dois autores, em 1930, na ópera A Ascensão e a Queda da Cidade de Mahoganny. Nessa utilização, aparece cantada pela personagem Jenny e suas colegas putas no primeiro ato. Apesar de a ópera ter sido escrita em alemão, essa canção sempre aparece cantada em inglês. Foi regravada por vários grandes artistas, dentre os quais David Bowie (1978) e The Doors (1967). No Brasil, produzimos versão SENSACIONAL, na voz de Cida Moreira, gravada em “Cida Moreira canta Brecht”, que incorporamos às nossas traduções desse blog Moon of Alabama, à guisa de homenagem. Pode ser ouvida a seguir:



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26/1/2014Nikolai MalishevskiStrategic Culture
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu


Neonazistas ateiam fogo em barricadas de pneus
A intensificação repentina da ação dos extremistas da Ucrânia parece ser provocada por norte-americanos que não podem esperar até as eleições presidenciais de 2015. A principal tarefa é impedir a reaproximação entre Ucrânia e Rússia e, de modo algum, permitir que Kiev se mova na direção do leste, sob influência do que chamam de “expansão econômica de Putin”, que é como os norte-americanos designam os acordos bilaterais entre Rússia e Ucrânia, de 17/12/2013.

Nikolai Malishevski
Washington e Bruxelas têm pressa, porque a decisão da Ucrânia de estreitar a cooperação com a União Aduaneira fará crescer rapidamente o apoio eleitoral para Viktor Yanukovich, o que pode levá-lo a vencer as eleições de 2015...

O momento para começar a “sacudir o bote” parece ter sido escolhido tendo em vista as lições aprendidas no “cenário georgiano” montado em 2008. Dessa vez, a coisa está sendo encenada antes dos Jogos Olímpicos de Sochi. Os ativistas estão ocupando prédios públicos, já se ouvem os primeiros tiros e já há notícia de um morto.

O almirante John Kirby do Pentágono, diz que aviões dos EUA permanecerão em alerta em solo alemão durante os jogos, a duas horas de voo de distância de Sochi, para garantir socorro médico e material e evacuar cidadãos norte-americanos no caso de emergência. Navios dos EUA mover-se-ão para o Mar Negro com o mesmo objetivo (o Pentágono não explicou como, exatamente, navios de guerra podem ajudar a impedir atos terroristas).

Alguns “especialistas” em organizar protestos de rua, como o cidadão norte-americano Fink Brian, que chegou a Kiev dia 27/10/2013, recomendou que a oposição ucraniana recorra à ação violenta, mesmo que haja vítimas, para preparar o cenário indispensável à derrubada do governo.

(...)

Mais de 200 estrangeiros já foram evacuados do país: são os que trabalharam no planejamento dos pogroms e deram treinamento aos militantes. A maioria deles são cidadãos de estados ocidentais que trabalham sob o disfarce de jornalistas. 35 especialistas em “mudança de regime”, dos EUA, União Europeia e da Georgia, entre os quais o norte-americano Alexander Ross, já foram declarados persona non grata na Ucrânia.

Doug Bandow
Até especialistas norte-americanos, como Doug Bandow, diretor do Cato Institute em Washington, D.C., admite que Washington e Bruxelas não têm nenhuma razão formal que justifique a interferência sem precedentes nos assuntos internos da Ucrânia. Por isso, inventaram a questão de “leis antidemocráticas” aprovadas pelo Parlamento ucraniano dia 16/1 (o momento em que aquelas leis entraram em vigência está sendo apresentado como a oportunidade e a razão para o “aquecimento” dos confrontos).

É significativo que muitas declarações oficiais ocidentais relacionadas às “leis de 16/1” estejam sendo insistentemente distribuídas, apesar de o texto das leis nunca ter sido publicado!

De fato, se comparadas a leis vigentes nos EUA, as novas leis ucranianas são exemplo de extrema moderação e retidão política. Nem na Alemanha, na França, na Espanha ou na Polônia, ou em inúmeros outros países a lei é tão equilibrada e moderada: nesses países, a ação de extremistas é punida com muito mais rigor.

(Para ler completo, clique no título)

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Ilustração: AIPC – Atrocious International Piracy of Cartoons

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PressAA



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