quinta-feira, 29 de outubro de 2009

A dor é democrática, mas a memória é seletiva

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A Urda Klueger além de ser a melhor cronista do Brasil que nossa imprensa não tem (bem feito!), é anarco-bolivariana da linha radical e pró-África, apesar da aparência física de líder luterana.

Urda é mestra em história e doutora em geografia (ou vice-versa), com notável especialização em comunicação com cães e crianças e impressionante interação com o ser humano em geral, ainda que apresente reações alérgico-olfativas na relação com exemplares de determinadas classes do topo da pirâmide social.

O Pouso da Poesia orgulha-se de hospedar esta celebridade sempre que vem à Florianópolis, acompanhada do nietzschiano Atahualpa, seu cão.

Entre outras atividades ébrio-clandestinas, o Pouso da Poesia também distribui por reembolso postal todas as publicações da Hemisfério Sul, a editora da Urda, com aproximadamente 30 títulos em circulação e alguns esgotados. São obras dos melhores autores catarinenses, entre as quais se incluem romances, contos, crônicas e reportagens desta comovente escritora de quem, adiante, oferecemos uma amostra para breve degustação:

Raul Longo(*)

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Se a gente não esquece o gol de Gighia...

Na segunda metade do século XIX , o segundo país mais poderoso do mundo era aqui na América do Sul. Duvidam? Peguem um bom livro de História das Américas e dêem uma olhada. Era um país onde as coisas funcionavam com a sincronia de um relógio: cheio de indústrias, inclusive metalúrgicas e as demais consideradas de ponta naquela época, e qualquer cidadão daquele país de um momento para outro de agricultor ou industriário se transformava em soldado, e o país tinha um exército impressionante. Dou um chicletes para quem adivinhou o nome do país: o Paraguai.

A maioria de vocês levou um susto, não levou? Foi bem isto que a primeira potência do mundo da época, a Inglaterra, levou, quando se deu conta que cá num lugar perdido na América do Sul, alguém tinha passado a fazer sombra a ela. O susto foi tão grande que ela maquinou rapidamente, e botou nós, brasileiros, mais os argentinos e os uruguaios numa guerra contra o Paraguai, onde, pode-se dizer, aquele país foi destruído. Uma geração inteira de homens morreu - os números e as crueldades são impressionantes. Até hoje aquele pequeno país que já foi tão grande não conseguiu se reerguer, e o brasileiro tem a mania de morrer de rir de tudo o que é do Paraguai, como se tudo o que viesse de lá fosse coisa inferior. Uma vez, quando lá, sentei-me uma tarde inteira numa praça, a ouvir alguns paraguaios falarem da sua mágoa do Brasil, não magoazinha boba, nascida de piadas bobas – mágoa séria, coisa de quem teve seu país destruído há mais de um século. Então voltei e contei aqui, e alguém ficou muito escandalizado e me disse:

- Mágoa? Mas de que? Já faz mais de cem anos!

Então vamos a um outro exemplo: pegue algum menino brasileiro, talvez lá dos seus 12 anos, e lhe pergunte se já houve Copa do Mundo aqui no Brasil. Todos eles sabem, sabem que foi em 1950 no Maracanã, sabem que perdemos no último minuto.

- E quem fez o gol? – pergunte ao menino.

- Um tal de Gighia.

- E foi triste para o Brasil?

Se foi? As crianças do Brasil parecem nascer sabendo tim-tim por tim-tim o que aconteceu lá naquele dia de 53 anos atrás, e eu, além de também ter sabido desde pequena, ainda tive o privilégio de saber do que aconteceu da boca de alguém que estava lá no dia: o nosso saudoso poeta Marcos Konder Reis estava, e não sei como seu coração não se partiu. Lembro-me como ele contava:

- Podia-se ouvir uma mosca voando dentre as 150.000 pessoas, depois do gol. Ninguém se mexia. 150.000 pessoas choravam em silêncio.

Não há como não se dizer que, depois de mais de meio século, o povo brasileiro esqueceu-se daquele gol que o Uruguai fez no finalzinho do segundo tempo do final da Copa de 50, em pleno Maracanã. E foi só um golzinho. E se fosse uma mortandade terrível, a destruição de uma geração e de um país? Será que a gente esquece coisas assim? Será que o Paraguai esqueceu? Com certeza não esqueceu. Ele usa da sua zona franca para se apoderar de um pouquinho do nosso dinheirinho, e você vai lá e pensa que está agradando. Bobagem sua. Vá lá com tempo, sente-se numa praça e ouça o que o povo paraguaio sente pelo Brasil. Se um golzinho de nada a gente não esquece...

Então, que vamos nós pensar, esperar, imaginar sobre o Iraque? Por duas vezes em 12 anos ele é invadido e humilhado do jeito que a gente vê todos os dias na televisão. Lembro uma cena terrível da primeira invasão: soldados iraquianos sendo trazidos prisioneiros por soldados estadunidenses, e tentando agradá-los dizendo: “Bush! Bush!” e fazendo sinal de positivo. (Era o Bush Pai, ainda). Aquilo era uma humilhação que uma pessoa jamais vai esquecer na vida. Adular seu algoz tentando falar bem do Chefão... Nem uma pessoa nem um país não esquecem. E ontem ainda vi na televisão cena de casa sendo invadida na calada da noite pelos estadunidenses, que aproveitaram para ir quebrando tudo. Quantos séculos serão necessários para as emoções entrarem nos eixos por lá, se a gente não consegue esquecer aquele mero gol de Gighia?


Blumenau, 21 de Novembro de 2003.

Urda Alice Klueger

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(*)Raul Longo, jornalista, escritor e pousadeiro, é colaborador desta nossa Agência Assaz Atroz

pousopoesia@ig.com.br
pousopoesia@gmail.com
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Ponta do Sambaqui, 2886
88.051-001 - Floripa/SC
Tel: (48) 3206-0047 (48) 3206-0047

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PressAA

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quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Polícia-bandido é bandido-polícia


GIZ MOÍDO PARA BRINCAR – POLÍCIA PARA QUÊ?

Laerte Braga

Alunos de uma escola pública da cidade gaúcha de Sapacuia do Sul aproveitavam o recreio para moer o giz que encontravam nas salas de aula e brincar de “tráfico”. A “brincadeira” consistia em conseguir um maior número de usuários de drogas e bocas de fumo.

A Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul arquivou o pedido de impedimento da governadora tucana Yeda Crusius, notória corrupta, uma das figuras mais repugnantes da política brasileira, desde que surgiu no governo do ex-presidente Itamar Franco (apareceu levada por FHC).

Especialistas em educação e a própria Polícia da cidade entendem que a “brincadeira” deve servir de alerta sobre a influência do tráfico e pretendem promover palestras em todas as escolas públicas de Sapacuia do Sul para mostrar os riscos de usar e traficar drogas.

Sugiro convidar o presidente da Colômbia, o narcotraficante Álvaro Uribe. O tema? “Como substituir o giz moído por produto original da Colômbia, cem por cento de pureza e um monte de bases norte-americanas para garantir a paz”

Deveriam exibir, aí como abertura, as declarações de Fernando Henrique Cardoso sobre o assunto. “Perdemos a guerra contra o tráfico, é preciso começar a pensar em liberar o uso de drogas”. Foram feitas na França, quinze ou vinte dias atrás.

Dois policiais militares do Rio de Janeiro, um deles capitão, presenciaram o final de um assalto, um corpo agonizante numa agência bancária no centro da cidade, e tomaram a seguinte decisão. Pegaram o produto do roubo em poder dos assaltantes, deram uma olhada na vítima e foram embora. Os assaltantes também.

A vítima era o coordenador do Afroreggae Evandro João da Silva, e o fato aconteceu no domingo. Os policiais, capitão Denis Leonard Nogueira Bizarro e o cabo Marcos de Oliveira Sales estão presos num batalhão da PM, mas podem ser soltos no sábado e responder ao inquérito em liberdade. Para que isso não ocorra é necessário que o encarregado das investigações peça à Justiça a prisão da dupla, e a Justiça entenda que os dois devam ficar presos.

A julgar pela reação da opinião pública e a aposta da GLOBO no caráter espetáculo que norteia os noticiários da rede sobre crimes assim, correm, capitão e cabo, o risco de permanecerem presos por um breve período. Pelo menos até que algum Nardoni mate a filha, ou algo semelhante. O letreiro do espetáculo seja outro.

As imagens do crime não permitem fugir do clichê. São chocantes. Tanto as do assalto como as da ação dos PMS. Ou falta de ação, pelo menos a esperada, ou a desejada. Evandro João da Silva integrava um grupo que entre outras atividades de natureza cultural promovia a paz como símbolo de sua luta.

O deputado Ivan Valente do PSOL de São Paulo (condado vizinho que fala a mesma língua sob controle do grupo “socialista” FIESP/DASLU) foi à tribuna da Câmara para denunciar o poder do latifúndio, do agronegócio no Parlamento e a criminalização de movimentos populares, particularmente o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra). A total inversão da realidade, tal e qual a “ação” dos policiais no Rio e o reflexo da boçalidade vendida diariamente pela mídia na “brincadeira” dos alunos da escola gaúcha.

Bobagem? Uma coisa não tem nada a ver com a outra? Tudo bem. Quem quiser imaginar que além de Homer Simpson possamos ser avestruzes no estômago para engolir tudo e na mania de enfiar a cabeça em buracos para não ver a realidade, que coma giz moído, ou sopa de pedras, antes de mergulhar em buracos que na prática são como formigueiros de alienação.

O deputado denunciou a volta da monocultura, assim aquele negócio de sermos o maior produtor de café do mundo (tempos atrás) e não produzirmos mais nada. A falta de controle sobre as “isenções milionárias e incentivos à exportação, o adiamento e o cancelamento de dívidas do Banco do Brasil para um setor que já é ultraprivilegiado no País”.

E toca na ferida. “que atrás disso tem uma campanha midiática”.

No discurso do deputado ele usou como elemento de demonstração, digamos assim, da forma mentirosa como o latifúndio criminaliza o MST, um artigo de Luis Carlos Bresser Pereira, ex-ministro de FHC. E ex-diretor do grupo Pão de Açúcar. No artigo Bresser Pereira classifica o MST como único movimento conhecido na “defesa dos pobres deste País”. Bresser Pereira é filiado ao PSDB, braço do condado “socialista” FIESP/DASLU. Deve ter tido um ataque de bom caratismo, costuma acontecer.

Dá conta de que as imagens apresentadas pela televisão (A GLOBO é uma espécie de Kama Sutra da informação, as mais diversas posições, versões, desde que tremulem os interesses dos que pagam, no caso elites econômicas) das terras da CUTRALE, sem citar que são terras públicas griladas e objeto de busca do INCRA (INSTITUO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA) na Justiça de reintegração de posse das tais terras. Terras roubadas a União em linguagem direta por empresários (que diferença há entre tais e o tráfico?).

O mesmo Bresser Pereira, como citou o deputado Ivan Valente, dá conta no seu artigo que é a agricultura familiar que usa três quartos da mão de obra no campo e em um quarto das áreas cultiváveis. O resto está em mãos do latifúndio.

Duzentos e oitenta e dois bilhões de reais no ano passado foram destinados, dinheiro público, para amortizar a divida dos latifundiários e “ninguém quer investigar”. Denuncia mais o parlamentar. Que querem revogar a legislação ambiental para plantar mais e mais de uma só cultura, mandando para o espaço qualquer vagido de respeito ao meio-ambiente, ou preocupação com o tal “patriotismo” que arrotam dia e noite.

A senadora do DEM Kátia de Abreu usou dinheiro público supostamente destinado a fomentar o plantio, a agricultura, em sua campanha eleitoral. O fato é público, notório e está todo provado em processo junto à Justiça Eleitoral, mas a senhora em questão continua senadora.

“O que se defende aqui é que a propriedade está acima da vida.” Foi a fala final do deputado.

Em qualquer manifestação contra a o governo podre de Yeda Crusius, ou de trabalhadores rurais sem terra contra roubos de terras públicas, em qualquer estado da suposta federação brasileira, a PM, qualquer PM, todas as PMs, estão sempre prontas ao “cumprimento do dever” de manter a ordem. Quando a mídia toca nesses assuntos se refere aos manifestantes como “baderneiros”, “terroristas”, etc.

Já sobre trapaças, fraudes, crimes contra o erário público como gostam de dizer, nada. Até que tocam, quando montam dossiês falsos e deixam de lado a principal notícia do dia, um acidente aéreo com mais de cem mortos, para tentar alcançar seus objetivos.

Via de regra reclamam de falta de ranhuras no aeroporto de Congonhas.

A Editora Globo edita uma revista chamada CRIATIVA. Numa delas pode-se achar matérias como confissões de “transas loucas”, assim tipo plantar bananeira e transar. É matéria de capa da edição de abril de 2009. Transformam o amor em ato de acrobacia.

Deve ser isso que William Bonner chama de ensinar sem conteúdo ideológico para evitar que os alunos das faculdades de comunicação tenham uma visão “esquerdista”. Só pode, a julgar pelo grau de cinismo do editor do JORNAL NACIONAL (NACIONAL deles, diga-se de passagem).

O capitão e o cabo que mataram Evandro João da Silva (Claro! Mataram também tanto quanto os assaltantes) são dois boçais dentre os produzidos em série pelo modelo. Na estupidez da ordem instituída devem ter se aproximado do corpo, depois de tomarem dos assaltantes o produto do assalto, constatado – a juízo deles – que a fatura estava liquidada e pronto.

Dever cumprido.

O comandante da PM pediu desculpas à família, à sociedade? E daí? Dona Kátia Abreu está lá em cima no Senado Federal deitando falação sobre progresso, democracia e contra o MST. Montada e eleita com dinheiro público, tanto quanto dona Yeda continua metendo a mão nos cofres do governo do Rio Grande do Sul, mas tudo direitinho, usando camisinha e segundo os padrões da mídia global.

Em breve, com certeza, jogo eletrônico disponível para crianças e adolescentes, com o nome “giz moído”. E o dantesco anúncio – “o desafio é você conseguir mais usuários e mais bocas de fumo”.

O prêmio? A democracia e a ordem. O primado da lei e o patriotismo.

Aí, dá um golpe militar em Honduras (boçalidade que ameaça retornar nesses nossos cantos). Comete toda a sorte de atrocidades contra palestinos. A culpa é do Irã e VEJA vai mostrar como o MST “ameaça” o complexo condado “socialista” FIESP/DASLU.

Polícia para quê? O cidadão que trate de compreender seu real papel nessa história toda, enclausure-se e arranje estômago de avestruz. O máximo que acontece é a garantia que desde o pantoprazol esse assunto estômago é para tirar de letra. Giz moído não mata ninguém.

Mas, cuidado, se perceber um PM por perto, corra! Esse mata e em nome da lei. Se encontrar por acaso a senadora Kátia Abreu, ou a governadora Yeda Crusius, mão na carteira. E, se o senador Suplicy estiver por perto de cueca vermelha, não ria. Ele acha que está protestando contra alguma coisa. Se você der atenção, vai ouvir uma didática explicação sobre nada em no mínimo trinta horas. Que nem aquele banco que não fecha. E não há quem agüente.

E não se esqueça de comprar CRIATIVA nas bancas.

Laerte Braga, jornalista, escritor, médico e cineasta, colabora com esta Agência Assaz Atroz
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domingo, 18 de outubro de 2009

Brizola enxerga o perigo e roga ao Criador que proteja o Rio

Atualização desta postagem em 22 de outubro de 2009.


Comentários do embaixador Arnaldo Carrilho sobre este artigo.

Recebido por e-mail:


Meu caro Fernando, mas que puta artigo, sô! É quase glaubereano, sem a genialidade espasmódica do autor de "Terra em transe", mas de uma lucidez rimbombante. Li-o atentamente, num só jato (intro)ejectivo, e jamais concordei tanto com um patrício, nos úlimos 39 anos (para mim, o processo de decadência mental nosso, por força da corrupção de idéias e adesões às forças estamentárias, teve início em 1970, gradativamente sucumbindo aos horrores dos anos-80). É uma aula que nenhum desses acadêmicos não-platônicos e não-nada, com canudinhos de graduação nos States, jamais teriam um mínimo de brio e coragem para dissecar em aula.

Eu já gostava do Laerte Braga, desde que você teve a excelente idéia de introduzi-lo em minha tela, assazatrozmente, e fico-lhe gratíssimo pela iniciativa, mas neste domingo de ontem - aí já se iniciou a madrugada de hoje -, o mineiro se viu açoitado por um golpe de acuidade que transportou suas meninges ao trato digestivo da sociedade que temos. Seu grau de consciência vale um "Prêmio da Multidão Brasileira", que um dia aprenderá a recusar os que mal conduzem nossas instituições e, logo em seguinda, contra eles rebelar-se, afastando-os das lides públicas sempiternamente. Nossa herança ibérica, responsável por um 1/3 da boleia do País, não soube como cultivar nem uma forma acovardada de igualitarismo formal, à maneira anglo-saxônica, atendo-se a uma República de mentirinha, que até 1967 se chamava EUdoBr.

Regressei a Pionguiangue, mas, em janeiro e inícios de fevereiro vindouro, estarei aí, um pouco em Brasília (catarata do olho esquerdo, que não pude fazer porque tive de partir logo para o novo Posto, em meio às descargas do vaso sanitário da "grande" imprensa marrom) e Rio (ajeitamento de uma vultosa alça de hérnia, do baixo-ventre ao flanco abdominal direito). Nas convalescenças, porém, quero conhecer pessoalmente o Laerte, se possível para combinar (em francês, "combinar" implica safadeza: cf. la combine de bandits) coisas de estilo, visando à derrota desses dragões da maldade que mamam as tetas de uma nação aboletada em 500 anos de periferia, como o colega e amigo Samuel indicou-nos seminalmente, faz nove anos, quando aquela porqueira de pseudo-caravela quase soçobrou.

Um abraço bem satisfeito do
Arnaldo Carrilho
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“O TAMBOR QUE BATE AQUI ECOA NO BRASIL INTEIRO”

Laerte Braga

A frase que serve de título é de Leonel Brizola e foi dita logo em seguida à sua eleição para o governo do Rio, em 1982. O governador se referia à repercussão dada pela mídia a todo e qualquer passo que viesse a tomar e isso levando em conta o temor das elites brasileiras de uma eventual eleição de Brizola, um pouco mais à frente, para a Presidência da República.

O fim das ditaduras militares na América Latina foi só uma constatação do governo dos EUA que o modelo repressivo e autoritário deixava, naquele momento, de cumprir o seu papel em função de interesses norte-americanos.

Começava o processo neoliberal, e arremedos de democracia poderiam se constituir em instrumentos corretos àquela etapa do processo de criação da verdade única, o neoliberalismo, o Brasil não era exceção. A morte de Tancredo, a ascensão de um político venal e medíocre como José Sarney abriam espaços para a construção de um boneco capaz de implementar a nova verdade, na verdade a velha, travestida agora de democracia.

E ao mesmo tempo, lógico, deter os avanços de forças populares. Eram reais e por isso mesmo deveriam ser neutralizados. O capitalismo dispõe hoje de duas grandes forças. Uma, o monopólio do poder militar de destruição absoluta e outra a mídia, formadora de consumidores e zumbis prontos a acreditar que quem plantar uma bananeira de hora em hora ganhará uma viagem à Disneyworld, ou o direito de participar do Big Brother.

São os dois grandes desafios das forças populares.

Por aqui construíram Collor de Mello. Um político sem qualquer escrúpulo, oriundo de elites udenistas do Nordeste brasileiro e pronto a executar o que quer que lhe fosse determinado em troca de alguns bilhões de dólares amealhados ao longo de um ou dois mandatos presidenciais. Quem tiver boa memória há de se lembrar de declarações de Collor falando em vinte anos de “um novo Brasil”. Era a reeleição, que acabou vindo com sua segunda edição, Fernando Henrique Cardoso e a mudança do regime de governo com o parlamentarismo. O pai da pátria continuaria a governar como primeiro-ministro.

A falta de estatura política, a visão estreita, medíocre, e o deslumbramento de Collor acabaram por custar-lhe o mandato na avidez de todas essas características de sua personalidade doentia. O breve espaço Itamar Franco foi o suficiente para construir FHC e retomar o processo neoliberal. Quem tiver memória, vale repetir, vai se lembrar que Collor, no desespero de manter o cargo, orientado por seus controladores, chegou a convidar FHC para uma espécie de superministério, e FHC respondeu que sim. Impediu-o a reação de Mário Covas e setores de seu partido para além de São Paulo (condado do grupo FIESP/DASLU).

FHC ganhou a Presidência da República montado num programa que falava de “modernização”, empregos, saúde, educação, o esquema dos cinco dedos (foi proposital em alusão aos quatro dedos de Lula numa das mãos) e em cima do Plano Real, o primeiro grande passo do neoliberalismo no Brasil, o ato inicial do processo de venda do patrimônio público.

FHC cumpriu o cronograma previsto para Collor. Vendeu os setores estratégicos do Brasil, comprou a reeleição (ele e Menem na Argentina, o mesmo esquema), privatizou o Estado em todos os sentidos e transformou-se no principal porta-voz do neoliberalismo por essas bandas, hoje, constrói, com o dinheiro dos que agraciou nos “negócios” da privatização uma pirâmide que chama de “Memorial FHC, tributo à sua vocação de rainha má, ávida para que o espelho lhe diga que ninguém é mais sábio e brilhante que ele. Tem um estoque de maças envenenadas para atingir os que ousem discordar de um espelho subserviente. E como nesse processo é quase ninguém, é usado para declarações aqui e acolá, assim como quem não quer nada, seja para manter-lhe o mínimo de presença e essencialmente para cumprir o papel de “general Anselmo”.

O Rio de Janeiro começou a sofrer um processo de declínio com a transferência da capital para Brasília. Esse processo acentuou-se com a fusão imposta pelo governo Geisel. A cidade/capital que virara estado – Guanabara – incorporou ou foi incorporada pelo antigo Estado do Rio. Um jeito de evitar a característica oposicionista da antiga cidade agora estado, diluir a repercussão do tambor que batia no Rio e ecoava em todo o Brasil.

E como toda grande metrópole em qualquer lugar do mundo, uma das vitimas das políticas capitalistas que resultaram em grandes processos migratórios do campo para a cidade. O entorno do Rio passou a ser ocupado por migrantes. A eles se juntaram os que deles derivavam e a massa de desempregados e trabalhadores explorados na lógica perversa da acumulação capitalista.

O Rio, como São Paulo, como a Cidade do México, como Pequim, como New York, é uma cidade sitiada por populações excluídas do processo político, econômico e, por conseqüência da ausência de políticas sociais, de toda uma gama que signifique a transformação do estado capitalista num estado socialista. Não interessa às elites que essa realidade desapareça, nem de longe, pois além de tudo virou um grande negócio.


O que as elites fizeram e fazem é construir e aperfeiçoar um aparelho repressivo boçal e corrupto com o qual mantém intocados os seus privilégios. O direito por exemplo de Boninho, diretor da GLOBO e do Big Brother, de jogar água suja da janela de seu apartamento de alguns milhões de reais em mulheres que, a seu critério, sejam “vagabundas”. Ou a jovens de condomínios fechados assaltarem uma trabalhadora alegando que se tratava de uma prostituta para com alguns míseros reais comprar a droga de cada dia, no morro mais próximo.

Um diagnóstico da violência no Rio não cabe em um ou dois parágrafos, mas é por aí.

O site do UOL – UNIVERSO ON LINE – do grupo FOLHA DE SÃO PAULO, jornal partícipe da ditadura militar e do esquema de tortura na aliança empresários/militares, narra neste domingo, 18 de outubro, o drama de Regina Lúcia de Sousa, que sai de casa às 4h30m da manhã para iniciar o seu dia de trabalho. Depende de trens e o sistema não está funcionando. Pior, a Polícia está batendo e batendo duro em quem reclama.

A matéria relata que de trem em trem e de ônibus em ônibus a moça chega ao local de trabalho, na Lagoa Rodrigo de Freitas (onde existem apartamentos de seis milhões de dólares) às sete horas da manhã. Mostra que são 716 viagens diárias de trens no Rio e cerca de um milhão de passageiros.

Desde o dia oito de outubro Regina não consegue pegar o trem no horário de sair e nem no horário de voltar – 17horas –, pois o sistema não está funcionando. O resultado é que a vida de Regina virou um inferno e multiplique isso pelo milhão de trabalhadores que se valem desse tipo de transporte para ir ganhar o pão de cada dia e retornar às suas casas.

Para os traficantes isso não afeta em nada os negócios, pois os grandes compradores de drogas são os filhos das elites. E os grandes chefões do tráfico de drogas estão nos apartamentos de seis milhões de dólares, ou na presidência da Colômbia, garantido por sete bases militares dos EUA.

Para FHC isso pouco importa, em Paris, uns dias atrás, o faraó disse que a batalha contra o tráfico estava perdida e era melhor liberar o consumo de drogas.

Na terça-feira, dia 13 de outubro, a juíza Maria Isabel Gonçalves, da 6ª Vara Empresarial (já existe isso para garantia da livre empresa), determinou que a empresa crie condições seguras, a responsável pelo sistema de transporte ferroviário no Rio e Grande Rio, sob pena de multa de 100 mil reais, caso a ordem seja descumprida. O promotor Carlos Andresano, da Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa do Consumidor do Contribuinte da Capital, chamou a atenção para os péssimos serviços prestados pela empresa e que esse é o fator gerador de revolta popular.

O promotor quer que a empresa se responsabilize por todos os tipos de danos causados aos usuários, inclusive danos psicológicos. A empresa não fala nada, só vai falar quando for intimada pela Justiça e na Justiça.

O secretário Júlio Lopes, do governo, acha que está tudo certo, mas são necessários investimentos enormes para solucionar o problema e que o governo do Estado mantém um programa de fiscalização e qualificação permanente do sistema de transporte ferroviário urbano e do Grande Rio.

É uma empresa privada que presta um serviço público através de concessão. Assumiu as responsabilidades de cumprir as demandas do setor, de investir, de modernizar, de atualizar e de garantir à população o direito fundamental de transporte de boa qualidade. Recebe financiamentos públicos, a bem dizer é sustentada pelo Estado (só é privada no item lucros).

Quando FHC privatizou o Brasil a conversa fiada era essa. A iniciativa privada iria investir, jogar os recursos que o Estado não dispunha, transformar o País num paraíso tipo primeiro mundo e os poucos recursos públicos seriam investidos em saúde e educação.

Mentira. Os poucos recursos públicos, oriundos dos bolsos do cidadão que usa trem (o que compra droga nos bairros das elites sonega) são para financiar empresas que no perverso modelo neoliberal, na lógica do capitalismo, se apropriaram do Estado, aparelharam o Estado e controlam o Estado, inclusive a Polícia. Deveria estar baixando a borduna nos empresários que deixam de cumprir suas obrigações. Baixa no trabalhador e um coronel cheio de empáfia vai às tevês dizer que todas as providências estão sendo tomadas para acabar com o tráfico. Só não é a maior afirmação humorística dos últimos tempos porque é trágica.

O presidente da VALE, patrimônio público que FHC entregou aos “gringos" bateu boca com o ministro da Fazenda por conta de impostos. A empresa se acha acima do bem e do mal e está em fase de transferência de sua matriz para a Suíça. D. Lina, a amiga dos tucanos, achou a agenda que fala do seu encontro com a ministra Dilma. Já ganhou o direito de ou posar para a PLAYBOY com aquele óculos modelo menininha recatada, ou pousar na casa do BBB.

Prostituir-se não é só vender o corpo, pode ser vender a alma também.

O site do UOL não fala um só instante de crise semelhante em dias passados acontecida na capital paulista. O modelo tucano. É que recebe polpudas verbas para esconder as verdades/mazelas do grupo FIESP/DASLU, donatário de São Paulo e proprietário de um louco José Jânio Serra que ameaça o Brasil no arremate do processo neoliberal, capitalista.

Um estado falido. Mas que paga fortuna à FOLHA, distribui revistas da ABRIL (VEJA) com retratos do grande líder, vai por aí afora.

Não é um problema de trem atrasar e minha mãe ficar preocupada porque sou filho único, ou perder esse trem. É o modelo, o capitalismo. Exploração do homem pelo homem. A Regina da história do UOL não é a pobre coitada nos termos que o site mostra, é a pobre vítima de uma realidade brutal do capitalismo.

O UOL não está preocupado com a sorte de Regina, mas com a falta de Regina ao trabalho que lhe proporciona um mísero salário, mesmo que aos quarenta anos (não sei quantos tem) vai parecer ter sessenta. É que o mísero salário ajuda na compra de produtos vendidos pela imagem da “deusa Xuxa”, que vende o espetáculo de eu existo e triunfo com bolsas onde está estampada a cara da moça robô, a apresentadora.

O trem não vai andar nunca na linha, a empresa não está nem aí para Regina, para o milhão de usuários de cada dia, mas ávida do dinheiro público para “investir” no lucro e na perversidade da acumulação capitalista, porque um cretino, sem nenhum caráter como William Bonner, ou William Haack (contratado das empresas petrolíferas para dizer que o pré-sal não é tão importante assim e deve ser entregue), qualquer um deles, vai dizer que a culpa é do governo, nem importa qual seja o governo, importa que o lucro seja deles.

A tal SUPERVIA, a concessionária, pode ser a VALE noutra dimensão, as empresas de Ermírio de Moraes, quadrilheiro FIESP/DASLU que atua em quase todo o Brasil com dinheiro público, estão todos escorados num congresso repleto de bandidos/bandidas como Tasso Jereissati (lucrou milhões na privatização do setor de telefonia), Artur Virgílio, José Sarney, Kátia Abreu, ou numa justiça onde pontifica Gilmar Mendes.

Já o cidadão comum tranque as janelas, as portas, cerre tudo, apague as luzes, a Polícia está nas ruas procurando e não achando os traficantes. É que eles estão lá na Lagoa, por exemplo, onde a Regina tem que chegar para trabalhar de acompanhante.

É esse o tambor que ecoa em todo o País. A indignação da GLOBO e suas preocupações com o trabalhador tem outro viés. Do governo do Rio, tem outra lógica (cessam as contribuições num ano pré-eleitoral) e vai por aí afora.

Um espetáculo e tanto, cheio de coadjuvantes sem cara, sem sombra e sustentando o memorial de um faraó podre. E sua corte de ávidos devassos a soldo do capitalismo em sua versão neoliberal. Aquela que dá o dinheiro do trabalhador para a GENERAL MOTORS e um monte de bancos/banqueiros em vias de falir, tudo para salvar o mundo.

A culpa é do Irã. Ou de Zelaya


Laerte Braga, jornalista, escritor, médico e cineasta, colabora com esta nossa Agência Assaz Atroz

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O Embaixador Arnaldo Carrilho teve sua carreira iniciada em 1962. Recentemente entregou credenciais ao governo de Kim Jong, passando a exercer as funções inerentes ao cargo de embaixador do Brasil na Coreia do Norte, depois de ter representado nosso país, entre 2006 e 2007, na Cisjordânia controlada pela Autoridade Nacional Palestina. Já serviu em 14 países, passou 10 anos em postos na Europa e outros 12 em países árabes, China e Tailândia. Arnaldo Carrilho já inaugurou embaixadas brasileiras na Arábia Saudita e Alemanha Oriental e foi designado como Embaixador Extraordinário junto à Cúpula América do Sul-Países Árabes, que aconteceu em 2008.

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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

"Falo das flores - pra não dizer que não falei das flores", Barack Obama

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FAÇA A GENTILEZA, EXPLICA DIREITINHO

Laerte Braga

O presidente dos Estados Unidos Barack Obama ganhou o Prêmio Nobel da Paz. A honraria, vamos chamá-la assim, foi criada por Alfred Nobel, um químico e industrial sueco. Ao morrer deixou uma grande fortuna e, desgostoso com o uso da dinamite para fins militares – foi ele o inventor da dita cuja dinamite –, resolveu por testamento instituir prêmios àqueles que viessem a contribuir para o progresso da humanidade em determinadas áreas levando em conta, essencialmente, a paz.

Toda a sua fortuna pessoal foi suficiente para instituir uma fundação e a partir daí conceder, anualmente, os prêmios.

Onde Barack Obama contribuiu para a paz e o progresso da humanidade? Nas bases militares que pretende instalar na Colômbia? Sete de uma vez só para fechar o cerco à Venezuela, ao Equador, à Bolívia e assegurar o controle da Amazônia.

Na ameaça de sanções políticas e econômicas contra o Irã? No olhar para o lado e fazer de conta que não tem nada a ver com as atrocidades cometidas por Israel contra os palestinos? Sustentar um golpe militar brutal em Honduras? No bloqueio econômico a Cuba?

Enviar mais tropas ao Afeganistão e pedir desculpas quando os seus “pacificadores” matam civis por engano? Só numa cerimônia de casamento cento e setenta mortos dentre eles o noivo e a noiva?

Ou porque é um “bom rapaz”, finge-se de negro, tem origem humilde e transformou a Casa Branca numa cervejaria?

Henry Kissinger também foi agraciado com a distinção, ou laurel, o que seja. Foi um dos envolvidos no golpe militar contra Salvador Allende no Chile e no assassinato de vários presos políticos na América Latina ao dar sinal verde para a Operação Condor. Aparato repressivo que juntou as ditaduras do Brasil, da Argentina e do Uruguai; de quebra, Pinochet e o Paraguai, com o objetivo de eliminar – e eliminou – adversários e lutadores populares.

Há quem enxergue no cientista do filme “Doutor Fantástico” do notável cineasta Stanley Kubrick a inspiração do ex-secretário de Estado. Kissinger nasceu na Alemanha. É aquele que vive segurando a mão direita. Quando escapa não resiste e grita Heil Hitler!
O que levou Alfred Nobel a destinar toda a sua fortuna a esse fim, com certeza, não foram as armas químicas e biológicas que norte-americanos usam no Afeganistão, como usaram no Vietnã e o estado terrorista de Israel usa contra palestinos. Com certeza não foi.

À época da ditadura militar os integrantes da academia sueca que se reúnem para escolher o agraciado com o Nobel da Paz foram pressionados de todas as formas possíveis para que o arcebispo brasileiro Hélder Câmara não fosse o contemplado. Houve desde gestões dos generais brasileiros junto ao governo sueco, como ameaças explícitas que uma eventual concessão do prêmio a Dom Hélder poderia vir a significar um arrocho na repressão. Ameaças de morte a D. Hélder.

Mais do que já era? Impossível. O ódio permanece vivo nessa gente, é só olhar o que estão fazendo com as pensões das famílias de Lamarca e do major Cerveira.

A decisão de conceder o Nobel da Paz a um presidente em seu nono mês de mandato e sem que tenha conseguido outra coisa que não doar dinheiro público a empresas privadas é um escárnio. Submissão absoluta. A propósito, a Suécia nunca foi nada além de base militar dos EUA, quando da Guerra Fria, em ações de espionagem contra a extinta União Soviética.

Tirando Bergman, Greta Garbo e mais uns poucos, o que fica do país é o tapinha de Mané Garrincha no ombro do rei Gustavo sei lá das quantas, na final da Copa de 1958.

Transformaram um fim previsto nos prêmios criados pelo químico sueco em espetáculo de puxa-saquismo explícito e parte do jogo de um mundo globalizado segundo a ótica do capitalismo.

A mídia inteira, a dita grande mídia, coloca Obama num altar, transforma-o em santo protetor dos oprimidos, e afegãos continuam morrendo debaixo dos bombardeios norte-americanos. Presos continuam sendo torturados em Guantánamo (nem fechar a prisão ele conseguiu). O governo de Israel com aval dos EUA ameaça bombardear o Irã (ninguém fala nada sobre as armas químicas e biológicas e o arsenal nuclear de Israel) e continua sua política de extermínio do povo palestino.


Eles deviam explicar direitinho os critérios que nortearam a escolha de Obama. Será que o norte-americano enviou algumas caixas especiais de cerveja aos membros da Academia? Será que manifestou intenção de servi-las na solenidade de entrega do prêmio em dezembro?

Eu, se fosse garçom, ia botar a boca no trombone. Usurpação indevida de uma das mais importantes funções no processo de integração e interação dos seres humanos.

Do jeito que está não vai demorar muito e o distinto ou a distinta juntam cem tampinhas “premiadas” de budweiser e ganham um Nobel. Assim que nem aquelas garrafinhas antigas com que a coca cola costumava premiar a turma. Tira aquele plástico que noutros tempos era cortiça e que vem na tampinha. Está lá escrito “vale um Nobel da Paz”.

Tem que ter, além do escrito, a imagem da Cervejaria Casa Branca e a de Barack Obama despejando o líquido nos copos dos acadêmicos.

Imagino que George Walker Bush, o terrorista que antecedeu a Obama deve estar tentando desatar o nó das pernas até agora, pois não entendeu nada. O cara faz tudo o que ele fez, só disfarça e ao invés de areia usa vaselina e ainda leva o Nobel da Paz?

E ele, que fraudou uma eleição para virar presidente, identificou o “eixo do mal”, foi lá “ajudar” os iraquianos a tomar conta do petróleo, fica como? Leva o Nobel de quê?

O perigo é Obama acabar no próximo Big Brother. Ao invés de uma casa no complexo GLOBO, transformam a Cervejaria Casa Branca em reduto dos “brothers”, e Boninho, o especialista em jogar coisas "purificadoras" em “vagabundas” (na cabeça dele, se é que tem) dirige tudo em tom maior.

O som? Desde a dor dos palestinos, ao sofrimento dos afegãos, passando pela barbárie hondurenha e nos milhares de assassinatos do governo narco-militar da Colômbia, agora com sete bases.

E a culpa é do Irã.

Vai ver que foi por isso que Paulo Skaft, presidente do esquema FIESP/DASLU, que detém o controle do governo do extinto estado de São Paulo, virou socialista e ingressou no partido do mesmo nome.

Quando Frank Sinatra veio cantar no Brasil manifestou intenção de bater um papo com Tom Jobim. Jobim se esquivou e se foi, acho que para Petrópolis, com a alegação “esse Sinatra é um chato”.

Esse trem de Nobel está virando uma chatice regada a colarinho de cretinice.


Laerte Braga é jornalista, escritor, médico, cineasta e colabora com esta nossa Agência Assaz Atroz

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PressAA

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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Golpe de estado na democracia dos outros é mera teoria da conspiração

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POR UMA LIDERANÇA CONTRA O CRIME ORGANIZADO INTERNACIONAL

Raul Longo

Um dia desses alguém usou um engano meu para dizer-me teórico da conspiração. Foi no blog do Azenha, o Viomundo.

Eu me confundira com a data do despacho da família do Bin Laden dos Estados Unidos e, novamente, não recordo se foi um dia antes do atentado de 11 de setembro ou um dia depois.

Não me dei ao trabalho de responder àquele alguém. Afinal, seja 10 ou 12 de setembro o embarque da família Laden, sócia dos Bush, não muda as evidências que convencem mais de 60% da população norte-americana de que o 11 de Setembro não teve nada a ver com Talibãs, Laden, Sadam Hussein, Afeganistão ou Iraque.

Mas não há evidências suficientes para determinadas pessoas da ruminante classe média brasileira, aqueles que balouçam cabeças condicionadas e reafirmam tudo o que engolem pela celulose das páginas de jornais e revistas, ou o que captam das coloridas luzes emitidas pelos écrans de aparelhos que transmitem, em alta definição digital, os interesses das famiglias Civita, Mesquita, Frias e Marinho.

Fui injusto, desculpem. Sugerir, com a grafia italiana para "família", que sejam apenas mafiosos, é injusto. Também são unidos por outra organização criminosa de âmbito internacional: o sionismo.

Claro que, por enquanto, os sionistas que financiam o crime pelo resto do mundo não podem estar a todo momento jogando aviões sobre grandes complexos arquitetônicos, tampouco promovendo massacres genocidas, como em Sabra, Chatila ou Gaza. Mas, desde que fizeram os norte-americanos explodir centenas de compatriotas na cruel e fatídica ratoeira do World Trade Center, para encobrir escândalos financeiros de campanha eleitoral e justificar o saque petrolífero do Iraque, ficou mais que claro que o mundo está sob séria ameaça, e há necessidade urgente de uma liderança mundial capaz de conter a escalada do crime organizado.

O alguém, leitor do Azenha, considera um exagero, coisa de teoria da conspiração. O mundo, não. O mundo, as pessoas comuns de todos os países do mundo demonstraram de forma muito clara, na apoteótica manifestação de esperança pela posse de Obama,
o quanto compreendem a necessidade de conter o Crime Organizado Internacional

Um presidente negro, com nome de origem árabe, num país racista e pró sionista, é um claro aceno de soluções para problemas dos quais a humanidade está farta. A humanidade já não consegue mais se deixar iludir pelos maniqueísmos da mídia internacional, que tenta explicar os conflitos no Oriente Médio com interpretações canhestras da mitologia bíblica. O mundo está farto do american way of life, que só levou à degeneração, à insanidade e medo. Já é finda a Guerra Fria! Infundadas as teorias racistas! Falida a filosofia dos neoliberais.

O mundo está farto!

Como o leitor do Azenha, a grande maioria da humanidade não consegue unir os pontos da História, relacionar os eventos pré e pós 2ª Guerra, relacionar Aznar, Berlusconi e Bush com o nazi-fascismo, a Máfia e suas ramificações regionais. Não consegue distinguir os elos, pontos e nós que unem as grandes financeiras à indústria bélica, perpassando eventos como o assassinato de Kennedy, a guerra do Vietnam, os golpes e ditaduras militares na América Latina, os genocídios na África, no Líbano, na Palestina ou na Bósnia.

De fato, isso é uma colcha de retalhos, e parece estar tudo desconectado; mas, quando se pesquisa os nomes dos principais conglomerados capitalistas que financiaram direta ou indiretamente a industrialização bélica da Alemanha de Hitler, surpreendentemente nos deparamos com nomes de financistas patriarcas do sionismo, mesclados a altos pontífices da Igreja Católica e grandes senhores da indústria bélica. Também vemos esses nomes formarem fortes laços com árabes capitalistas. Além de firmarem alianças, como a que, entre Stálin e Hitler, definiu as décadas do poder de Franco sobre a Espanha, resultando no franco-fascista Aznar a falar de democracia em Curitiba, a convite de Konder Bornhausen.

Ou com a mansão de Abadia no Jurerê-Internacional da mesma Florianópolis onde outro colombiano constroi um shopping sobre um mangue, área de preservação permanente.

O que há em 2009 que não houve em 1929? Oferta ou demanda, inflação ou deflação, macro ou microeconomia? Ou apenas o velho fator do curto cobertor, pitorescamente resumido pelo popular: farinha pouca, meu pirão primeiro.

Talvez nada disso, mas a conclusão mais clara é de que Alá, God ou Jeová, todos se unem perfeitamente em nome do deus Dólar, sem qualquer preceito contrário à Máfia que os une ao narcotráfico internacional e a todos os golpes de estado que ocorrem no mundo, sempre com o apoio irrestrito da mídia, o braço que embala o sono e a modorra dos tantos alguéns do mundo.

A criança está despertando.

Seria a internet? Os novos meios de informação? Ou foi a esbórnia do neoliberalismo? Para acalmar a criança assustada com tanto barulho, apresentou-se um novo símbolo de esperança, que encantou, com belo sorriso e cantigas de tolerância, prometendo melhores verões.

E o mundo aplaudiu. Quem não aplaudiria "Summertime"?

No entanto, calou-se o trompete de Louis Armstrong. Guantánamo continuou Guantánamo, bloqueio continuou bloqueio, e, ainda pior, anunciam-se bases militares na Colômbia. Quem conhece o roteiro da ópera-jazz Porgy and Bess, no canto resposta ao acalanto maternal preverá a realidade patriarcal desfazendo sonhos efêmeros de futuras noites de verão. Concretiza-se mais um golpe militar e cai a democracia em Honduras.

O que é que há? Obama mentiu? Mudou de idéia? Esqueceu-se? "Como pôde?!" - perguntaria atônito o alguém; se, porventura, democrático.

Se não se sentisse tão plenamente satisfeito com as explicações dos noticiários do fino verniz da tão inconvincente democracia dos meios de comunicação, que explicam e tentam justificar a deposição de Zelaya alegando que ele queria se reeleger, assim como contam que os rebentos palestinos antes de inseminados já seriam homens-bomba, talvez entendesse porque me referi às suspeitas de que o assassinato de Kennedy tenha sido o resultado da sua oposição ao prosseguimento de um ilógico conflito bélico no Vietnam.

No Vietnam, os Estados Unidos perderam a guerra. Mas... quem ganhou com a guerra?

Um pouco mais curioso e o alguém descobriria que a consulta popular de Zelaya beneficiaria o seu sucessor e não a si mesmo, como na emenda proposta por Fernando Henrique Cardoso que, por alguma estranha razão, jamais foi questionada pela mídia que condena Lula por dar abrigo ao presidente de Honduras.

Mas espera lá! Isso já é maldade desse "teórico da conspiração"! Que diabos o ex-presidente brasileiro tem a ver com o golpe em Honduras?

Aparentemente nada, mas, nas aparências, à noite todos os gatos são pardos, e, quando se começa a deslindar os cordões que comandam os movimentos dos grandes dirigentes mundiais, sempre se chega a alguma coisa que vale a pena dar atenção. Difícil definir se Kennedy era de fato contrário à guerra, principalmente depois de sua morte. Igualmente difícil é estabelecer até onde vai a responsabilidade de Obama (com a possibilidade de ser morto; média de 30 ameaças diárias) sobre o golpe à democracia de Honduras.

Certo é que, se quisermos entender alguma coisa sobre como se comporta a maior economia do planeta em relação ao mundo, há que se conhecer um pouquinho de História, e, em se tratando de América Latina, grande parte da história foi escrita pela United Fruit.

Fundada em 1889 a companhia alimentícia responsabiliza-se por movimentos revolucionários, golpes de estado e execuções de cucarachas por todo o século 20. Em Santo Domingo, Cuba, Jamaica, Honduras, El Salvador, Costa Rica, Nicarágua, Guatemala, Panamá, Equador, Colômbia, entre outras repúblicas caribenhas e continentais.

Gabriel García Márquez relata, em “Cem Anos de Solidão”, um desses momentos da história da United Fruit, reproduzindo na sua Macondo a madrugada de 1932 do vilarejo de Aracataca, onde cerca de 3 mil lavradores aguardavam a prometida visita do gerente da companhia e do chefe da província que, a qualquer momento, chegariam no trem que transportava as bananas produzidas e colhidas em condições subumanas. Assustados com o número de soldados do pelotão enviado para negociar as nove reivindicações dos trabalhadores, os moradores só saíram de suas casas após a partida do trem, ao amanhecer.

Apesar dos tantos estampidos que encheram a noite, foram encontrados apenas nove cadáveres. Por muitos anos a história contada na Colômbia e no mundo foi de que aquelas teriam sido as únicas vítimas da repressão ao movimento grevista: Nove, uma para cada reivindicação à United Fruit.

Nove vidas, nove décadas. Ou quase um século de silêncio e muita solidão de um continente distante de si mesmo. Distante em sua própria imensidão. Distante em sua própria identidade reduzida a índios, negros e ibéricos. Distante em tão similares dialetos de um único idioma.

Muitos "alguém" acreditaram na versão da história oficial, mas, reproduzindo as palavras de sua personagem Úrsula Buendia - "O tempo passa, mas nem tanto..." -, Gabo relembra que, após a passagem daquele trem, nunca mais foram vistos cerca de três mil trabalhadores esquecidos.

Mas nem tanto.

O que é fantástico? A ficção do Nobel de Literatura ou a da United das frutas latino-americanas que em 1960 se tornou Chiquita Brands? O alguém por certo não confiará no ficcionista literário, preferindo confiar nos ficcionistas oficiais, sejam das ditaduras ou da imprensa das ditaduras.

De facto ou de fato em 2007, junto ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a Chiquita Brands reconheceu-se como autora de operações de combate ao terrorismo global na Colômbia.

Terceirização da segurança mundial? Minha segurança, sua segurança, de nossos filhos, avós, netos, vizinhos e bisnetos.

Assim mesmo a Chiquita Brands não foi condenada, contando com o apoio do ex-procurador daquele Departamento de Justiça (?) do governo Clinton. E que, casualmente, também assessorou Barack Obama durante a campanha eleitoral.

Teoria da conspiração?

Provável, afinal qualquer presidente pode morrer, tomar um tiro de um maluco sagaz, assaz atroz, em cada lado da praça, por todas as miras e balas em uma única cabeça.

Teorias, evidente. Afinal, o sistema é tão seguro que prevê ou se precavê com os vices, como o Jonhson.

Ou o Chaney.

Muitas vezes nos perguntamos para que de fato servem os vices? Aparentemente o vice é alguém que não faz coisa alguma e fica ali como um reserva de futebol, doido pro titular de sua posição torcer o pé para uma oportunidade de desempenhar o talento por alguns momentos. Mas, na verdade, existem vices muito ativos na própria condição de vice. Foi o caso de Joseph Hagin, vice-presidente da Chiquita Brands entre 1991 e 2000. De 2001 a 2008 foi vice-chefe de pessoal da Casa Branca e, em 2000, vice-gerente da campanha de George Walker Bush.

Impaciente, aquele alguém há de reclamar que estou enrolando novelo com a tal United Fruit, ou Chiquita Brands. Calma! É preciso muita paciência para desenlear um enrosco e precisamos retomar alguns fios que ficaram soltos lá atrás. Será que aquela ponta de cadarço que se abrevia FHC amarra alguma coisa? Parece pouco provável, afinal é apenas um professor ex-socialista que se fez presidente de um pobre país sul-americano.

É verdade que endividou e empobreceu o país ainda mais, repassando ao capital privado internacional importante patrimônio público e estratégico, mas não é apenas porque o sujeito é péssimo negociante que se o poderá enquadrá-lo como integrante do crime organizado internacional.

Sem dúvida, a pretendida e projetada privatização da Petrobras, já a ponto de se transformar em Petrobrax, seria o maior crime de lesa-pátria da história do país, mas imaginando que ainda há poucos anos alguém possa ter considerado os indícios da existência da reserva do Pré Sal, uma das maiores do mundo, mais fantástica do que realista, até daria pra desculpar o ex-professor pela pouca fé técnico-científica.

No entanto, eis que a editora Record vai e publica o livro de Frances Stonor Saunders: “Quem pagou a conta? A CIA na Guerra Fria da Cultura”. E ali, sem qualquer cerimônia e com toda a documentação necessária, a historiadora inglesa conta do investimento da Fundação Ford em Fernando Henrique e da aproximação deste com a CIA, ainda nos anos 1960.

"Assim não pode! Assim não dá!" - se revoltará o alguém do Azenha, lembrando que FHC era tão socialista que foi assessor de, nada menos, nada mais que Salvador Allende, que só veio a ser assassinado em meio a um golpe promovido pela CIA em 1973.

É verdade! Como agora desfazer esse nó? Ah, minha Santa Úrsula! Não há quem desate esse enrosco?

Foi só invocar a matriarca dos Buendia, e nos socorre a sabedoria das velhas avós: "O tempo passa, mas nem tanto." Pois se esforçarmos um pouquinho a memória, haveremos de lembrar que o golpe que assassinou Allende foi perpetrado pela ITT, em união de forças com o presidente da ditadura brasileira Garrastazu Médici, mas ordenada por Richard Nixon e organizada por Henry Kissinger, que, em 2005, foi homenageado por FHC. Além de chamá-lo de velho amigo, agradeceu ao ex-Secretário dos Estados Unidos por ter ajudado a mudar o mundo nos anos 70.

Velho amigo desde quando? Mudar o mundo pra onde? Ajudar como?

O criminoso condenado pelas cortes de justiça do Chile e da Espanha, Augusto Pinochet, é uma dessas mudanças? O que é FHC? O que foi, quando, abraçado a Konder Bornhausen, afirmou pela TV catarinense serem amigos pessoais? Falso ou verdadeiro?

Qual o socialismo possível nessas velhas amizades?

Deixa pra lá! Voltemos ao Obama como o líder que o mundo esperava para defender a humanidade do crime organizado internacional, no qual o leitor do Viomundo não acredita. Ele não acredita em Kissinger e FHC, mas as pessoas já estão começando a desconfiar é do Obama, coitado.

E não é pra menos! Afinal, além de Guantánamo e o criminoso bloqueio que não vitima ao governo de Fidel, mas, sim, ao povo cubano, Obama parece estar de mãos e boca atada em relação ao golpe de Honduras. Ou seja, continua valendo o lapidar monólogo do Network, filme de 1976 exibido no Brasil como Rede de Intrigas: "Não existe América. Não existe democracia. Só há IBM e ITT…e AT&T… e Du Pont, Dow, Union Carbide… e Exxon. Essas são, atualmente, as nações no mundo."

Já desde os anos 1970 o mundo vem se cansando das teorias de conspiração. Talvez antes; pois, desde a Guerra do Vietnam, a euforia pacifista do pós-Guerra Mundial se demonstrou muito mais vulnerável a conflitos de meros interesses financeiros do que a de estados ou ideologias políticas. O fim da Guerra Fria pode ter tranquilizado os que temiam a hecatombe atômica, mas, com a estratégia do 11 de Setembro, o crime organizado demonstrou a amplitude de sua capacidade de criar motivos para fomentar a indústria bélica.

O alvo imaginário do terrorismo internacional foi encarnado em populações civis de homens, mulheres e crianças indefesas. O Gueto de Varsóvia se reproduziu em Gaza com a mesma impotência da Liga das Nações, reeditada na ONU.

A moda pegou e Micheletti está massacrando os hondurenhos sem dar a mínima para as advertências, admoestações e condenações da OEA ou da ONU.

E Obama?

Obama se cala perante o embaixador de seu país, que não esconde participação pessoal no golpe. E não há quem condene o corpo diplomático norte-americano pelo aviltamento de suas funções. O mesmo aviltamento das funções diplomáticas, desde o golpe a Arbenz na Guatemala, em 1954, e o cometido por Lincoln Gordon, quando embaixador no Brasil, em 1964. Tal qual tantos e quantos atentados e golpes de terrorismo político ocorridos por todos os países latino-americanos, asiáticos, africanos e, inclusive, europeus.

Os Estados Unidos não têm diplomatas. Têm especialistas em golpes. Não têm corpo diplomático, têm uma Agência Central de Inteligência especializada em intervenções e golpes a governos democraticamente eleitos, extermínios de lideranças e populações.

Os corpo diplomático norte-americano, salvo raras e saudáveis exceções, não é formado por mais do que meros espiões, sem a fleugma de britânicos à James Bond. Ian Fleming não os inventou, são reais mercenários sem qualquer glamour ou elegância, distribuídos por todos os países do mundo. Inclusive Honduras.

Alguns nem mesmo são norte-americanos, como é o caso de FHC, denunciado pela historiadora do país do lendário 007.

E o mesmo processo empregado no Chile é utilizado em Honduras, com foi utilizado em 2008 para desestabilizar o governo de Evo Morales. Mas ali não tiveram sucesso, como já antes foram frustrados na Venezuela, contra Chávez.

Faltou-lhes um X-9? Um 007? Ao menos um Agente Get Smart, FHC, ou qualquer 86?

Aparentemente os golpes não se consumam graças à união dos governos latino-americanos. Talvez assim será em Honduras, mas como o da Bolívia vai resultando em massacre de populares e são, assumidamente, fomentados por embaixadas norte-americanas.


Obama adverte na ONU que os Estados Unidos não interferirão em questões regionais internacionais. O mundo entende como uma promessa. Mas promessa ou advertência, qual o poder de Obama contra o crime organizado internacional sediado em seu país?

Qual o poder de Obama contra o conceito que em seu país se atribui à palavra diplomacia? Às questões de relações internacionais?

O mundo necessita, pede por uma liderança contra o crime organizado internacional. E os que clamam por essa liderança não são as levas de atarantados fugitivos das guerras tribais da África. Não são as hordas miseráveis da Ásia nem os desesperados sobreviventes dos bombardeios no Oriente Médio. Também não são os desorganizados traficantes das periferias, cortiços e morros da América Latina. Ou os imigrantes discriminados na Europa. Nem mesmo os desabrigados da crise econômica norte-americana.

Esses todos, há muito, já estão totalmente descrentes de seus semelhantes. Quando muito esperam em seus deuses, ou, preferencialmente, na leveza do próprio dedo num gatilho.

Os que têm demonstrado alguma esperança numa possível liderança mundial são de classes um pouco mais privilegiadas e com condições de imaginar que governos bem intencionados possam reagir e combater o crime organizado. Resta-lhes alguma fé para acreditar que governos possam planejar e executar a reconstrução de um mundo mais solidário, mais humano. Capaz de promover condições de civilidade.

Essa parte do mundo sabe que, para continuarmos existindo como espécie, precisamos encontrar um ponto harmônico entre a evolução da civilização e a preservação do meio ambiente. Com a degradação do meio ambiente, a espécie se inviabiliza; e, sem evoluir, a espécie também se inviabiliza.

Essa parte do mundo sabe que o “Crime Organizado Internacional” promove a degradação e impede a evolução. Ainda hoje, tantas décadas após Al Capone, Chicago é reconhecida nos Estados Unidos como a cidade mais corrupta do país. E São Paulo, até mesmo Porto Alegre, talvez inclusive Belo Horizonte, já superaram o Rio de Janeiro que se regenera paulatina mas sensivelmente.

A história se desdobra, e nos perguntamos: de onde pode surgir essa liderança que mude o caminho do mundo, tão próximo à boca de um abismo do qual já se pode sentir o hálito?

Na imprensa internacional, tem-se, recorrentemente, apontado um exemplo. Constantemente se cita as palavras e os resultados alcançados por certa liderança a que se tem convidado para praticamente todas as reuniões de chefes de estado preocupados com os descontroles mundiais, sejam econômicos, ecológicos ou políticos. Personalidade insistentemente elogiada, acarinhada, destacada, agraciada.

Uma amiga já disse que ele virou o ursinho de pelúcia do mundo.

Não é necessário que eu aponte quem seja, pois certamente vou incomodar alguém como aquele que se irritou por meu erro de um dia antes ou depois. Meros algarismos a preencher calendário que só levam à dedução de um único e mesmo fato, como se deduz o fato de que o mundo necessita, pede e quer uma liderança que contenha o crime organizado internacional.

Se há possibilidade, capacidade e condições, já é outra história. Aí sim, uma teoria a se conspirar, mas na prática não quero nem pensar.


Raul Longo
pousopoesia@ig.com.br
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Raul Longo é jornalista, escritor, pousadeiro e colabora para esta nossa Agência Assaz Atroz
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PressAA

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segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Cobertura dos conflitos no Oriente Médio pela imprensa brasileira


Por um jornalismos menos tendencioso

Ramez Philippe Maalouf

Como é de conhecimento de todos, a mídia ocidental apóia o expansionismo e o militarismo israelenses. O Brasil, onde a imprensa é capaz de fazer apologia a golpes de Estado, como ocorre agora em favor da derrubada do governo constitucional e democrático de Zelaya, em Honduras (para não falarmos da nefasta atuação no golpe civil-militar de 1964, por favor, leiam a dissertação de mestrado, pela UERJ, do historiador João Amado), não seria a exceção.

A cobertura dos conflitos no Oriente Médio pela imprensa brasileira é, em geral, de péssima qualidade, até porque, em nosso país, o conhecimento sobre a região está longe de refletir a realidade, menos ainda a verdade, do que ali acontece. Basta compararmos com o interesse que os nossos vizinhos sul-americanos dedicam à matéria. Isto se deve também às deficiências de nosso ensino, tanto nos níveis fundamental e médio quanto no superior. Ainda assim, podemos relacionar uma geração de jornalistas que tiveram suas carreiras relacionadas com coberturas da Guerra Civil do Líbano e, nela inserida, a invasão israelense, em 1982: Alexandre Porro, William Waack, Alexandre Garcia, Mario Chimanovitch, Isaac Akcelrud, Eliezer Strauch, para citar os mais célebres. (Observe como a imprensa brasileira não se constrange em marginalizar os jornalistas de origem árabe, marginalização que os descendentes de outras etnias e nacionalidades não sofrem).

Não posso aqui deixar de destacar Eliezer Strauch, do jornal o Globo, que, no dia da invasão israelense do Líbano, em 6 de junho de 1982, anunciou em letras garrafais, nas páginas internacionais, como Israel vendia armas à Argentina, durante a Guerra das Malvinas. A Argentina vivia, na época, sob a brutal ditadura da junta militar, que jamais deixou de anunciar simpatias ao regime nazista alemão, sendo, inclusive, o governo que mais assassinou judeus no mundo desde o fim do regime de Adolf Hitler, em 1945. Strauch denunciou que Israel vendia armas aos filo-nazistas argentinos, para o ódio de Margareth Tatcher.

O despreparo e o preconceito fez com que um jornalista como Alexandre Porro, por exemplo, não levasse a sério a denúncia (feita em tom de piada) sobre o comércio de armas entre Israel e Irã, durante a Guerra Irã-Iraque (1980-88), logo na primeira semana de combate, em setembro de 1980. Porro era correspondente da revista Veja. Se ele tivesse investigado a denúncia da aliança entre Khomeini e Begin contra o Iraque, certamente teria dado um grande furo mundial para o jornalismo brasileiro, antecipando o escândalo Irã-Contras [Revolução Sandinista, Nicarágua], que minou o segundo mandato de Ronald Reagan (1981-89). Mas o que imperou em sua reportagem foi tom de deboche e de futrica, o que não deixa de transparecer o desprezo pelo objeto de investigação, o racismo.

Outro jornalista que teve um desempenho lamentável foi o Alexandre Garcia, ex-porta-voz do ditador João Figueiredo. Garcia acompanhou as tropas israelenses na invasão do Líbano, em 1982, fazendo apologia aos invasores e censurando os massacres que Israel promovia no sul do Líbano, como o arrasamento dos campos de refugiados palestinos em Sidon. O jornalista gaúcho e funcionário do Banco do Brasil também acompanhou as tropas do "major" Saad Haddad, comandante do "Exército do Líbano Livre" (sic), grupo terrorista libanês armado e financiado por Israel, que exterminava palestinos e libaneses no Líbano. Quando Haddad morreu de câncer, em 1984, o ELL foi renomeado como Exército do Sul do Líbano, de triste lembrança para todos os libaneses e, principalmente, para os palestinos.

A cobertura da televisão é ainda mais limitada e, por isso mesmo, mais pobre, reducionista e racista.

As emissoras de TV brasileiras, em geral, têm apenas um único correspondente para a região, que fica sediado em Jerusalém, cujas matérias são previamente censuradas pelas Forças de Defesa (sic) de Israel, o exército israelense. Entretanto, por incrível que pareça, somente a Rede Globo e seu canal a cabo, Globo News, quebram esta regra. A emissora do Jardim Botânico tem dois correspondentes para o Oriente Médio, um em Jerusalém (Palestina Ocupada por Israel) e outro em Beirute, Líbano.

O posto em Jerusalém (Palestina Ocupada) é de alta rotatividade, mas já foi ocupado por figuras de triste lembrança, como, por exemplo, Marcos Losenkan, que agiu como porta-voz do governo de Israel quando as tropas israelenses arrasaram o Líbano no verão de 2006. E, no mesmo massacre, a Globo abriu espaço para que um correspondente pudesse mostrar o resultado dos ataques terroristas israelenses contra o Líbano, Mounir Safatli, cidadão líbano-israelense. Porém, as reclamações de setores organizados da sociedade contra a cobertura do massacre pelo correspondente em Beirute, fez com que ele aparecesse apenas no Jornal da Globo, de madrugada, com uma audiência baixa, porém supostamente qualificada. Estes setores organizados chegaram até mesmo a acusar, sem fundamento algum, que Safatli era simpatizante do Hizbollah. Isto é, as vítimas do impiedoso ataque terrorista de Israel não poderiam ser mostradas e muito menos a destruição de um país.

Agora a Globo quer retirar completamente não apenas o correspondente Mounir Safatli do posto em Beirute, mas acabar com o próprio posto. Com isto, a Globo terá apenas um correspondente em todo o Oriente Médio, o de Jerusalém, sob a tutela (leia-se censura) do exército israelense.

Mounir Safatli não é apenas um jornalista árabe-brasileiro, ele é um excelente profissional (como demonstrou na cobertura do massacre do Líbano, em 2006), com passagem por inúmeras emissoras: TV Educativa do Rio de Janeiro, Manchete, Bandeirantes, entre outras.

Faço aqui um apelo a todas as pessoas que primam pela boa qualidade da veiculação de notícias através dos meios de comunicação de massa: enviem mensagens à Globo News manifestando interesse em que Mounir Safatli e o posto de correspondente em Beirute sejam mantidos pela emissora, a fim de que possamos ter um jornalismo, se não isento de tendências político-ideológicas, pelo menos não submetido aos informes oficiais e oficiosos de um governo militarista, expansionista, racista e segregacionista, como o de Israel; oferecendo ao espectador uma visão menos parcial do mundo árabe e do Oriente Médio.

Enviem mensagens, por favor, para o link abaixo, pedindo a permanência de Safatli e do posto de correspondente em Beirute na Globo News, como alternativa para as informações provenientes de Israel. Lembremo-nos que há mais de 2 milhões de árabes e descendentes no Brasil e que precisam ter uma fonte mais confiável sobre as notícias que vêm do mundo árabe e do Oriente Médio:

http://g1.globo.com/Noticias/0,,FEF0-7792,00.html

Fico grato pela atenção.

Ramez Philippe Maalouf é o mais recente colaborador direto desta nossa Agência Assaz Atroz.
Mestrando - Geografia Humana - DG/FFLCH/USP
GeoPo - Laboratório de Geografia Política: (0xx11) 3091 - 1134 / (0xx11) 9669 - 8416
Av. Prof. Lineu Prestes, 338.
05508-000 Cid. Universit. - Butantã - São Paulo - SP

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sábado, 3 de outubro de 2009

Míriam Leitão interpreta Maria-Sem-Braço, personagem da Casseta News



O SORRISO AMARELO MÍRIAM LEITÃO – O PRAGUEJAR DE JOSÉ SERRA

Laerte Braga

No momento que o presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional) anunciou a vitória do Rio de Janeiro na disputa por sediar os Jogos Olímpicos de 2016, a apresentadora do JORNAL NACIONAL (NACIONAL?) Fátima Bernardes participava de um programa no canal GLOBONEWS ao lado de outras pessoas, comentaristas, atletas, exatamente na expectativa da divulgação do resultado.

Ao contrário dos demais sua reação ao tomar conhecimento do resultado não foi de alegria. Foi de “e agora Serra, como vamos fazer?” Era visível o desconforto da moça com os comentários feitos pelos outros participantes sobre o papel decisivo do presidente da República na vitória da cidade do Rio de Janeiro. Quando foi chamada a intervir tentou tirar o foco do noticiário sobre Lula e transferi-lo para a presença de Pelé e a importância de Pelé no desfecho da votação sobre a sede das Olimpíadas em 2016. Pelé é imagem, só isso, quando abre a boca só diz besteiras. “Pelé seria um gênio total se fosse mudo” (afirmação de Romário).

Fátima Bernardes, nesse processo todo de engole gente que é a GLOBO, me parece meio que vítima consciente de tudo. Assim como quem resignada aceita o papel que lhe cabe. Miriam Leitão não. É o oposto. Se lhe disserem que Cristo desceu à Terra e elogiou Chávez, começa uma cruzada contra o cristianismo antes mesmo do chefe mandar. Tem a prodigiosa capacidade, o feeling de perceber o que os que lhe pagam desejam, antes mesmo de ser comunicada ou receber a ordem ou ordens do dia. De todos os dias. Isso deve valer um extra.

E ao contrário de Fátima, uma pessoa serena em suas aparições na tevê, Miriam é furibunda.

Miriam Leitão aposta, e já disse isso, no fracasso dos Jogos Olímpicos de 2016. Pensa como colonizada, é remunerada para ser colonizada. É um dos braços da elite econômica e política apátrida que detém ações importantes do BRAZIL/SA. Um consórcio de banqueiros, latifundiários e grandes empresários que tem braços na comunicação (a grande mídia como um todo) e partidos políticos como PSDB, DEM, PPS, etc.

Um dos que acompanhavam com o governador de São Paulo José Serra os momentos que antecederam o anúncio da escolha do Rio, relata que Serra referiu-se várias vezes ao prefeito Eduardo Paes (ex-tucano) com expressões de baixo calão e em todos os momentos destacava a necessidade de se medir o impacto eleitoral do fato para que pudesse ser neutralizado.


Mente doentia. Absoluta ausência de caráter (que é pilar do tucanato). Segundo essa mesma fonte, Serra mencionou Lula como “esse analfabeto, bebedor de cachaça”.

A edição do JORNAL NACIONAL (NACIONAL?) de sexta-feira, dois de outubro, mostrou o lado pragmático da mídia podre. Criticar o quê? Contestar o quê? A alegria pela vitória do Rio transbordou por todo o Brasil (pequenos grupos em São Paulo, parte do território nacional seccionada pelo esquema FIESP/DASLU e controlada pelo “socialista" Paulo Skaft).

Há uma disputa por audiência com a RECORD e neste momento não seria prudente começar a levantar lebres sobre as Olimpíadas em 2016. Era engolir o sapo, dar destaque a quem de fato merece destaque e mais à frente trabalhar a tal estratégia mencionada por Serra sobre medir o impacto eleitoral do fato para que possa ser neutralizado.

Não se trata de ser lulista ou não ser lulista. Se trata de reconhecer o óbvio. A extraordinária empatia entre o presidente da República e o povo. E isso foi dito faz tempo e tem sido repetido agora por vários analistas.

O presidente que não fala inglês leva nítida vantagem sobre o ex-presidente que, além de inglês, fala várias outras línguas e comporta-se como manda o protocolo. Mas é um pilantra. Lula não.

Começa agora, e até outubro de 2010, uma outra batalha na qual as Olimpíadas entram, a batalha onde tucanos e DEMocratas vão tentar fazer escorrer todo o veneno de agentes estrangeiros a serviço de interesses inconfessáveis, na tentativa de ganhar o jogo, qualquer que seja o preço a pagar, qualquer que seja o golpe baixo a aplicar.

É da gênese deles. São bandidos antes mesmo de nascer. Freud fala nisso, a pre-existência do ser, antes da concepção propriamente dita, na essência de quem o concebe.

E quem concebe o tucanato? Washington, Wall Street, Fundação Ford, ALSTOM, etc, etc.

A mesma fonte que se referiu às explosões de mau humor de Serra, de ira, dá conta que o presidente da Câmara, Michel Temer, foi aquinhoado com o epíteto “traidor fdp”.

Há duas formas de se enxergar a conquista do direito de sediar os Jogos Olímpicos de 2016 pela cidade do Rio de Janeiro. Primeiro a cidade do Rio de Janeiro é uma cidade brasileira. Segundo o esquema FIESP/DASLU Brasil é BRAZIL.

No aspecto da conquista em si, ela extrapola o mundinho de gente como Serra. Transforma-se numa extraordinária possibilidade de afirmação para o País, em todos os ângulos que se olhe o fato e principalmente na auto-estima de um povo sofrido e de fato induzido a pensar como o colonizador quer. E aí se abre uma porta imensa para a luta popular. Essa corre por fora exatamente desse mundinho de eleições aqui e ali, disputas mesquinhas, mas que, em si, trazem o germe, o vírus do colonizador.

É onde entra Miriam Leitão. Onde entra A GLOBO. Onde entra VEJA. Essa conversa mole de gastos altíssimos é já uma tentativa de desqualificar a conquista, a vitória e tentar transformá-la num pesadelo futuro.

Admitamos, para efeito de raciocínio, que Serra (vade retro, satanás) seja o próximo presidente. Toma posse num dia e transforma as Olimpíadas de 2016 e a Copa do Mundo de 2014 em fatos tucanos. São cretinos lato senso, chamados engenheiros de obras prontas.

Mas vamos lá. O que o golpe militar que derrubou o presidente Zelaya em Honduras tem a ver com isso?

No meio do caminho descobriu-se que existe uma empresa em Washington DC (como gostam de dizer os norte-americanos) que presta serviços a empresas dos EUA, financiando campanhas de políticos comprados em países da América Latina, ou mesmo políticos daquele país que se oponham a seus interesses, interesses desse complexo empresarial/militar.

Roberto Michelleti, orientado pelos mentores do golpe, em Washington, foi lá e contratou CHLOPACK, LEONARD, SCHECTHER Y ASSOCIADOS, para vender o golpe aos congressistas dos EUA, “abastecer a mídia de noticias favoráveis e criar imagem positiva da quartelada junto à opinião pública”.

E, de repente, se descobre que essa empresa prestou e presta serviços ao narco/presidente da Colômbia Álvaro Uribe. Ao ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso. Aos sobreviventes da Ku Klux Kan nos EUA contra a candidatura presidencial de Obama. E mais que isso, “abastecer a mídia” de notícias que demonizem governos e políticos adversários como Chávez, Evo Morales, Daniel Ortega.

O maior exemplo disso é o documentário “a revolução não será traída”, que mostra in totum o fracassado golpe midiático de abril de 2002 contra Chávez na Venezuela. O papel exercido pelas grandes redes de tevê (GLOBO aqui no Brasil) na tarefa de vender o colonizador, apresentá-lo como aquele que traz apitos novinhos para trocar por ouro do colonizado e um modelo político, econômico e social que leva você a pensar que é John Travolta, mas no duro mesmo é apenas o Mané nesse esquema que William Bonner chamou de Homer Simpson.

Faltam ranhuras, mas é na dignidade dessa gente. Ranhuras de decência, de verdade, de honra, de respeito pelo outro.

Para quem tem dúvidas, a íntegra do contrato entre os golpistas e a empresa norte-americana está em

http://hondurasurgente.blogspot.com/2009/09/marqueteiro-trabalha-para-micheletti.html

É esse tipo de contrato padrão que norteia o trabalho de Míriam Leitão, de Alexandre Garcia, a partir da GLOBO. E atende a VEJA, a FOLHA DE SÃO PAULO, a todo o conjunto da mídia brasileira dita grande. Como atende a Uribe, a FHC e vai atender a Serra, lógico, com maior ímpeto na campanha eleitoral.

E é por conta disso que Bonner se refere ao distinto telespectador, que é também por extensão o leitor de jornais e revistas, como Homer Simpson, o idiota honesto que não percebe o mundo para além da lata de cerveja e do jogo de futebol. Querem que assim seja, trabalham para que assim permaneça.

Conseguiram transformar o governador de Minas Gerais Aécio Neves, um tresloucado que está liquidando com o Estado, em alguém com alguma preocupação que não sejam as viagens alucinadas do pó dele de cada dia.

No caso das Olimpíadas, a tarefa é transformar a conquista do Rio (que é Brasil, até segunda ordem) num pesadelo, ou como dizem no futebol ou no vôlei, tirar o peso do fato, sua importância. Isso, curiosamente, independe de Olimpíadas ou não. Os Jogos Olímpicos são o fato do momento e de grande peso, depende, no duro mesmo, é da luta desesperada para alcançar a chave do cofre, a caneta que nomeia e demite, para passar a escritura do BRAZIL, completando a tarefa de FHC.

Como colher de chá, é preciso só um pouco mais de HALDOL na dose diária de Miriam Leitão, do contrário a senhora em questão, repaginada por plásticas, etc, vai achar que pode voar.

Imagino FHC, poliglota, doutor nisso, naquilo, que, segundo Millôr Fernandes pensa que “FHC é superlativo de PhD”, ao tomar conhecimento que um “analfabeto” conseguiu trazer as Olimpíadas para o Brasil. Aí a dose de HALDOL tem que ser dobrada.

Laerte Braga é jornalista, escritor, médico, cineasta e colabora com esta nossa Agência Assaz Atroz

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quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Alagoas: Pega deputado!


Vazamento de Operação: Deputados receberam notícia de prisão antes da meia-noite

Foi o presidente Fernando Toledo que avisou os colegas

por Redação

Reuniões no Tribunal de Justiça, na Policia Civil e até na sede do Palácio dos Palmares discutem durante toda à tarde de hoje quem foi o responsável pelo vazamento da operação policial que pretendia prender oito deputados estaduais após uma determinação do desembargador Orlando Manso.

Pelo menos três fontes ouvidas pelo Cadaminuto, dois deputados e uma na polícia , confirmaram que o primeiro dos parlamentares a saber da operação foi o presidente da Assembléia Legislativa de Alagoas, Fernando Toledo, que recebeu a informação por volta das 11h40 da noite de ontem, portanto mais de seis horas antes de sua prisão.

Até a uma hora da madrugada todos os parlamentares já estavam avisados e cada um tomou um destino diferente, sendo que no caso de Fernando Toledo um dos advogados do escritório que o defende estava a postos para ler a integra do documento que determinava a prisão dos parlamentares.

Apesar dos deputados Fernando Toledo e Sergio Toledo afirmarem, por meio de suas assessorias, que estariam na Bahia, o Cadaminuto apurou que nenhum dos parlamentares estaria viajando na hora em que seriam presos.

O desembargador Orlando Manso se irritou profundamente com o vazamento das informações e quer saber se as informações foram passadas por algum delegado ou mesmo por alguém de dentro do Governo do Estado.

Chegaram a avisar ao desembargador que um dos deputados já estaria preso o que sucitou dúvidas em Orlando Manso em saber se houve alguma prisão que não foi realizada mesmo com o deputado estando em casa.

O procurador da Assembléia Marcos Guerra entrou ainda na manhã de hoje com um pedido de habeas corpus em benefício dos deputados Fernando Toledo (PSDB), Alberto Sextafeira (PSB), Sérgio Toledo (PMN), José Pedro (PMN), Jota Cavalcante (PDT), Marcelo Victor (PTB), Carlos Cavalcante (PT do B) e Ricardo Nezinho (PT doB)

Cadaminuto

http://www.cadaminuto.com.br/index.php/noticia/2009/09/29/vazamento-de-operacao-deputados-receberam-noticia-de-prisao-antes-da-meianoite

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