quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Golpe de estado na democracia dos outros é mera teoria da conspiração

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POR UMA LIDERANÇA CONTRA O CRIME ORGANIZADO INTERNACIONAL

Raul Longo

Um dia desses alguém usou um engano meu para dizer-me teórico da conspiração. Foi no blog do Azenha, o Viomundo.

Eu me confundira com a data do despacho da família do Bin Laden dos Estados Unidos e, novamente, não recordo se foi um dia antes do atentado de 11 de setembro ou um dia depois.

Não me dei ao trabalho de responder àquele alguém. Afinal, seja 10 ou 12 de setembro o embarque da família Laden, sócia dos Bush, não muda as evidências que convencem mais de 60% da população norte-americana de que o 11 de Setembro não teve nada a ver com Talibãs, Laden, Sadam Hussein, Afeganistão ou Iraque.

Mas não há evidências suficientes para determinadas pessoas da ruminante classe média brasileira, aqueles que balouçam cabeças condicionadas e reafirmam tudo o que engolem pela celulose das páginas de jornais e revistas, ou o que captam das coloridas luzes emitidas pelos écrans de aparelhos que transmitem, em alta definição digital, os interesses das famiglias Civita, Mesquita, Frias e Marinho.

Fui injusto, desculpem. Sugerir, com a grafia italiana para "família", que sejam apenas mafiosos, é injusto. Também são unidos por outra organização criminosa de âmbito internacional: o sionismo.

Claro que, por enquanto, os sionistas que financiam o crime pelo resto do mundo não podem estar a todo momento jogando aviões sobre grandes complexos arquitetônicos, tampouco promovendo massacres genocidas, como em Sabra, Chatila ou Gaza. Mas, desde que fizeram os norte-americanos explodir centenas de compatriotas na cruel e fatídica ratoeira do World Trade Center, para encobrir escândalos financeiros de campanha eleitoral e justificar o saque petrolífero do Iraque, ficou mais que claro que o mundo está sob séria ameaça, e há necessidade urgente de uma liderança mundial capaz de conter a escalada do crime organizado.

O alguém, leitor do Azenha, considera um exagero, coisa de teoria da conspiração. O mundo, não. O mundo, as pessoas comuns de todos os países do mundo demonstraram de forma muito clara, na apoteótica manifestação de esperança pela posse de Obama,
o quanto compreendem a necessidade de conter o Crime Organizado Internacional

Um presidente negro, com nome de origem árabe, num país racista e pró sionista, é um claro aceno de soluções para problemas dos quais a humanidade está farta. A humanidade já não consegue mais se deixar iludir pelos maniqueísmos da mídia internacional, que tenta explicar os conflitos no Oriente Médio com interpretações canhestras da mitologia bíblica. O mundo está farto do american way of life, que só levou à degeneração, à insanidade e medo. Já é finda a Guerra Fria! Infundadas as teorias racistas! Falida a filosofia dos neoliberais.

O mundo está farto!

Como o leitor do Azenha, a grande maioria da humanidade não consegue unir os pontos da História, relacionar os eventos pré e pós 2ª Guerra, relacionar Aznar, Berlusconi e Bush com o nazi-fascismo, a Máfia e suas ramificações regionais. Não consegue distinguir os elos, pontos e nós que unem as grandes financeiras à indústria bélica, perpassando eventos como o assassinato de Kennedy, a guerra do Vietnam, os golpes e ditaduras militares na América Latina, os genocídios na África, no Líbano, na Palestina ou na Bósnia.

De fato, isso é uma colcha de retalhos, e parece estar tudo desconectado; mas, quando se pesquisa os nomes dos principais conglomerados capitalistas que financiaram direta ou indiretamente a industrialização bélica da Alemanha de Hitler, surpreendentemente nos deparamos com nomes de financistas patriarcas do sionismo, mesclados a altos pontífices da Igreja Católica e grandes senhores da indústria bélica. Também vemos esses nomes formarem fortes laços com árabes capitalistas. Além de firmarem alianças, como a que, entre Stálin e Hitler, definiu as décadas do poder de Franco sobre a Espanha, resultando no franco-fascista Aznar a falar de democracia em Curitiba, a convite de Konder Bornhausen.

Ou com a mansão de Abadia no Jurerê-Internacional da mesma Florianópolis onde outro colombiano constroi um shopping sobre um mangue, área de preservação permanente.

O que há em 2009 que não houve em 1929? Oferta ou demanda, inflação ou deflação, macro ou microeconomia? Ou apenas o velho fator do curto cobertor, pitorescamente resumido pelo popular: farinha pouca, meu pirão primeiro.

Talvez nada disso, mas a conclusão mais clara é de que Alá, God ou Jeová, todos se unem perfeitamente em nome do deus Dólar, sem qualquer preceito contrário à Máfia que os une ao narcotráfico internacional e a todos os golpes de estado que ocorrem no mundo, sempre com o apoio irrestrito da mídia, o braço que embala o sono e a modorra dos tantos alguéns do mundo.

A criança está despertando.

Seria a internet? Os novos meios de informação? Ou foi a esbórnia do neoliberalismo? Para acalmar a criança assustada com tanto barulho, apresentou-se um novo símbolo de esperança, que encantou, com belo sorriso e cantigas de tolerância, prometendo melhores verões.

E o mundo aplaudiu. Quem não aplaudiria "Summertime"?

No entanto, calou-se o trompete de Louis Armstrong. Guantánamo continuou Guantánamo, bloqueio continuou bloqueio, e, ainda pior, anunciam-se bases militares na Colômbia. Quem conhece o roteiro da ópera-jazz Porgy and Bess, no canto resposta ao acalanto maternal preverá a realidade patriarcal desfazendo sonhos efêmeros de futuras noites de verão. Concretiza-se mais um golpe militar e cai a democracia em Honduras.

O que é que há? Obama mentiu? Mudou de idéia? Esqueceu-se? "Como pôde?!" - perguntaria atônito o alguém; se, porventura, democrático.

Se não se sentisse tão plenamente satisfeito com as explicações dos noticiários do fino verniz da tão inconvincente democracia dos meios de comunicação, que explicam e tentam justificar a deposição de Zelaya alegando que ele queria se reeleger, assim como contam que os rebentos palestinos antes de inseminados já seriam homens-bomba, talvez entendesse porque me referi às suspeitas de que o assassinato de Kennedy tenha sido o resultado da sua oposição ao prosseguimento de um ilógico conflito bélico no Vietnam.

No Vietnam, os Estados Unidos perderam a guerra. Mas... quem ganhou com a guerra?

Um pouco mais curioso e o alguém descobriria que a consulta popular de Zelaya beneficiaria o seu sucessor e não a si mesmo, como na emenda proposta por Fernando Henrique Cardoso que, por alguma estranha razão, jamais foi questionada pela mídia que condena Lula por dar abrigo ao presidente de Honduras.

Mas espera lá! Isso já é maldade desse "teórico da conspiração"! Que diabos o ex-presidente brasileiro tem a ver com o golpe em Honduras?

Aparentemente nada, mas, nas aparências, à noite todos os gatos são pardos, e, quando se começa a deslindar os cordões que comandam os movimentos dos grandes dirigentes mundiais, sempre se chega a alguma coisa que vale a pena dar atenção. Difícil definir se Kennedy era de fato contrário à guerra, principalmente depois de sua morte. Igualmente difícil é estabelecer até onde vai a responsabilidade de Obama (com a possibilidade de ser morto; média de 30 ameaças diárias) sobre o golpe à democracia de Honduras.

Certo é que, se quisermos entender alguma coisa sobre como se comporta a maior economia do planeta em relação ao mundo, há que se conhecer um pouquinho de História, e, em se tratando de América Latina, grande parte da história foi escrita pela United Fruit.

Fundada em 1889 a companhia alimentícia responsabiliza-se por movimentos revolucionários, golpes de estado e execuções de cucarachas por todo o século 20. Em Santo Domingo, Cuba, Jamaica, Honduras, El Salvador, Costa Rica, Nicarágua, Guatemala, Panamá, Equador, Colômbia, entre outras repúblicas caribenhas e continentais.

Gabriel García Márquez relata, em “Cem Anos de Solidão”, um desses momentos da história da United Fruit, reproduzindo na sua Macondo a madrugada de 1932 do vilarejo de Aracataca, onde cerca de 3 mil lavradores aguardavam a prometida visita do gerente da companhia e do chefe da província que, a qualquer momento, chegariam no trem que transportava as bananas produzidas e colhidas em condições subumanas. Assustados com o número de soldados do pelotão enviado para negociar as nove reivindicações dos trabalhadores, os moradores só saíram de suas casas após a partida do trem, ao amanhecer.

Apesar dos tantos estampidos que encheram a noite, foram encontrados apenas nove cadáveres. Por muitos anos a história contada na Colômbia e no mundo foi de que aquelas teriam sido as únicas vítimas da repressão ao movimento grevista: Nove, uma para cada reivindicação à United Fruit.

Nove vidas, nove décadas. Ou quase um século de silêncio e muita solidão de um continente distante de si mesmo. Distante em sua própria imensidão. Distante em sua própria identidade reduzida a índios, negros e ibéricos. Distante em tão similares dialetos de um único idioma.

Muitos "alguém" acreditaram na versão da história oficial, mas, reproduzindo as palavras de sua personagem Úrsula Buendia - "O tempo passa, mas nem tanto..." -, Gabo relembra que, após a passagem daquele trem, nunca mais foram vistos cerca de três mil trabalhadores esquecidos.

Mas nem tanto.

O que é fantástico? A ficção do Nobel de Literatura ou a da United das frutas latino-americanas que em 1960 se tornou Chiquita Brands? O alguém por certo não confiará no ficcionista literário, preferindo confiar nos ficcionistas oficiais, sejam das ditaduras ou da imprensa das ditaduras.

De facto ou de fato em 2007, junto ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a Chiquita Brands reconheceu-se como autora de operações de combate ao terrorismo global na Colômbia.

Terceirização da segurança mundial? Minha segurança, sua segurança, de nossos filhos, avós, netos, vizinhos e bisnetos.

Assim mesmo a Chiquita Brands não foi condenada, contando com o apoio do ex-procurador daquele Departamento de Justiça (?) do governo Clinton. E que, casualmente, também assessorou Barack Obama durante a campanha eleitoral.

Teoria da conspiração?

Provável, afinal qualquer presidente pode morrer, tomar um tiro de um maluco sagaz, assaz atroz, em cada lado da praça, por todas as miras e balas em uma única cabeça.

Teorias, evidente. Afinal, o sistema é tão seguro que prevê ou se precavê com os vices, como o Jonhson.

Ou o Chaney.

Muitas vezes nos perguntamos para que de fato servem os vices? Aparentemente o vice é alguém que não faz coisa alguma e fica ali como um reserva de futebol, doido pro titular de sua posição torcer o pé para uma oportunidade de desempenhar o talento por alguns momentos. Mas, na verdade, existem vices muito ativos na própria condição de vice. Foi o caso de Joseph Hagin, vice-presidente da Chiquita Brands entre 1991 e 2000. De 2001 a 2008 foi vice-chefe de pessoal da Casa Branca e, em 2000, vice-gerente da campanha de George Walker Bush.

Impaciente, aquele alguém há de reclamar que estou enrolando novelo com a tal United Fruit, ou Chiquita Brands. Calma! É preciso muita paciência para desenlear um enrosco e precisamos retomar alguns fios que ficaram soltos lá atrás. Será que aquela ponta de cadarço que se abrevia FHC amarra alguma coisa? Parece pouco provável, afinal é apenas um professor ex-socialista que se fez presidente de um pobre país sul-americano.

É verdade que endividou e empobreceu o país ainda mais, repassando ao capital privado internacional importante patrimônio público e estratégico, mas não é apenas porque o sujeito é péssimo negociante que se o poderá enquadrá-lo como integrante do crime organizado internacional.

Sem dúvida, a pretendida e projetada privatização da Petrobras, já a ponto de se transformar em Petrobrax, seria o maior crime de lesa-pátria da história do país, mas imaginando que ainda há poucos anos alguém possa ter considerado os indícios da existência da reserva do Pré Sal, uma das maiores do mundo, mais fantástica do que realista, até daria pra desculpar o ex-professor pela pouca fé técnico-científica.

No entanto, eis que a editora Record vai e publica o livro de Frances Stonor Saunders: “Quem pagou a conta? A CIA na Guerra Fria da Cultura”. E ali, sem qualquer cerimônia e com toda a documentação necessária, a historiadora inglesa conta do investimento da Fundação Ford em Fernando Henrique e da aproximação deste com a CIA, ainda nos anos 1960.

"Assim não pode! Assim não dá!" - se revoltará o alguém do Azenha, lembrando que FHC era tão socialista que foi assessor de, nada menos, nada mais que Salvador Allende, que só veio a ser assassinado em meio a um golpe promovido pela CIA em 1973.

É verdade! Como agora desfazer esse nó? Ah, minha Santa Úrsula! Não há quem desate esse enrosco?

Foi só invocar a matriarca dos Buendia, e nos socorre a sabedoria das velhas avós: "O tempo passa, mas nem tanto." Pois se esforçarmos um pouquinho a memória, haveremos de lembrar que o golpe que assassinou Allende foi perpetrado pela ITT, em união de forças com o presidente da ditadura brasileira Garrastazu Médici, mas ordenada por Richard Nixon e organizada por Henry Kissinger, que, em 2005, foi homenageado por FHC. Além de chamá-lo de velho amigo, agradeceu ao ex-Secretário dos Estados Unidos por ter ajudado a mudar o mundo nos anos 70.

Velho amigo desde quando? Mudar o mundo pra onde? Ajudar como?

O criminoso condenado pelas cortes de justiça do Chile e da Espanha, Augusto Pinochet, é uma dessas mudanças? O que é FHC? O que foi, quando, abraçado a Konder Bornhausen, afirmou pela TV catarinense serem amigos pessoais? Falso ou verdadeiro?

Qual o socialismo possível nessas velhas amizades?

Deixa pra lá! Voltemos ao Obama como o líder que o mundo esperava para defender a humanidade do crime organizado internacional, no qual o leitor do Viomundo não acredita. Ele não acredita em Kissinger e FHC, mas as pessoas já estão começando a desconfiar é do Obama, coitado.

E não é pra menos! Afinal, além de Guantánamo e o criminoso bloqueio que não vitima ao governo de Fidel, mas, sim, ao povo cubano, Obama parece estar de mãos e boca atada em relação ao golpe de Honduras. Ou seja, continua valendo o lapidar monólogo do Network, filme de 1976 exibido no Brasil como Rede de Intrigas: "Não existe América. Não existe democracia. Só há IBM e ITT…e AT&T… e Du Pont, Dow, Union Carbide… e Exxon. Essas são, atualmente, as nações no mundo."

Já desde os anos 1970 o mundo vem se cansando das teorias de conspiração. Talvez antes; pois, desde a Guerra do Vietnam, a euforia pacifista do pós-Guerra Mundial se demonstrou muito mais vulnerável a conflitos de meros interesses financeiros do que a de estados ou ideologias políticas. O fim da Guerra Fria pode ter tranquilizado os que temiam a hecatombe atômica, mas, com a estratégia do 11 de Setembro, o crime organizado demonstrou a amplitude de sua capacidade de criar motivos para fomentar a indústria bélica.

O alvo imaginário do terrorismo internacional foi encarnado em populações civis de homens, mulheres e crianças indefesas. O Gueto de Varsóvia se reproduziu em Gaza com a mesma impotência da Liga das Nações, reeditada na ONU.

A moda pegou e Micheletti está massacrando os hondurenhos sem dar a mínima para as advertências, admoestações e condenações da OEA ou da ONU.

E Obama?

Obama se cala perante o embaixador de seu país, que não esconde participação pessoal no golpe. E não há quem condene o corpo diplomático norte-americano pelo aviltamento de suas funções. O mesmo aviltamento das funções diplomáticas, desde o golpe a Arbenz na Guatemala, em 1954, e o cometido por Lincoln Gordon, quando embaixador no Brasil, em 1964. Tal qual tantos e quantos atentados e golpes de terrorismo político ocorridos por todos os países latino-americanos, asiáticos, africanos e, inclusive, europeus.

Os Estados Unidos não têm diplomatas. Têm especialistas em golpes. Não têm corpo diplomático, têm uma Agência Central de Inteligência especializada em intervenções e golpes a governos democraticamente eleitos, extermínios de lideranças e populações.

Os corpo diplomático norte-americano, salvo raras e saudáveis exceções, não é formado por mais do que meros espiões, sem a fleugma de britânicos à James Bond. Ian Fleming não os inventou, são reais mercenários sem qualquer glamour ou elegância, distribuídos por todos os países do mundo. Inclusive Honduras.

Alguns nem mesmo são norte-americanos, como é o caso de FHC, denunciado pela historiadora do país do lendário 007.

E o mesmo processo empregado no Chile é utilizado em Honduras, com foi utilizado em 2008 para desestabilizar o governo de Evo Morales. Mas ali não tiveram sucesso, como já antes foram frustrados na Venezuela, contra Chávez.

Faltou-lhes um X-9? Um 007? Ao menos um Agente Get Smart, FHC, ou qualquer 86?

Aparentemente os golpes não se consumam graças à união dos governos latino-americanos. Talvez assim será em Honduras, mas como o da Bolívia vai resultando em massacre de populares e são, assumidamente, fomentados por embaixadas norte-americanas.


Obama adverte na ONU que os Estados Unidos não interferirão em questões regionais internacionais. O mundo entende como uma promessa. Mas promessa ou advertência, qual o poder de Obama contra o crime organizado internacional sediado em seu país?

Qual o poder de Obama contra o conceito que em seu país se atribui à palavra diplomacia? Às questões de relações internacionais?

O mundo necessita, pede por uma liderança contra o crime organizado internacional. E os que clamam por essa liderança não são as levas de atarantados fugitivos das guerras tribais da África. Não são as hordas miseráveis da Ásia nem os desesperados sobreviventes dos bombardeios no Oriente Médio. Também não são os desorganizados traficantes das periferias, cortiços e morros da América Latina. Ou os imigrantes discriminados na Europa. Nem mesmo os desabrigados da crise econômica norte-americana.

Esses todos, há muito, já estão totalmente descrentes de seus semelhantes. Quando muito esperam em seus deuses, ou, preferencialmente, na leveza do próprio dedo num gatilho.

Os que têm demonstrado alguma esperança numa possível liderança mundial são de classes um pouco mais privilegiadas e com condições de imaginar que governos bem intencionados possam reagir e combater o crime organizado. Resta-lhes alguma fé para acreditar que governos possam planejar e executar a reconstrução de um mundo mais solidário, mais humano. Capaz de promover condições de civilidade.

Essa parte do mundo sabe que, para continuarmos existindo como espécie, precisamos encontrar um ponto harmônico entre a evolução da civilização e a preservação do meio ambiente. Com a degradação do meio ambiente, a espécie se inviabiliza; e, sem evoluir, a espécie também se inviabiliza.

Essa parte do mundo sabe que o “Crime Organizado Internacional” promove a degradação e impede a evolução. Ainda hoje, tantas décadas após Al Capone, Chicago é reconhecida nos Estados Unidos como a cidade mais corrupta do país. E São Paulo, até mesmo Porto Alegre, talvez inclusive Belo Horizonte, já superaram o Rio de Janeiro que se regenera paulatina mas sensivelmente.

A história se desdobra, e nos perguntamos: de onde pode surgir essa liderança que mude o caminho do mundo, tão próximo à boca de um abismo do qual já se pode sentir o hálito?

Na imprensa internacional, tem-se, recorrentemente, apontado um exemplo. Constantemente se cita as palavras e os resultados alcançados por certa liderança a que se tem convidado para praticamente todas as reuniões de chefes de estado preocupados com os descontroles mundiais, sejam econômicos, ecológicos ou políticos. Personalidade insistentemente elogiada, acarinhada, destacada, agraciada.

Uma amiga já disse que ele virou o ursinho de pelúcia do mundo.

Não é necessário que eu aponte quem seja, pois certamente vou incomodar alguém como aquele que se irritou por meu erro de um dia antes ou depois. Meros algarismos a preencher calendário que só levam à dedução de um único e mesmo fato, como se deduz o fato de que o mundo necessita, pede e quer uma liderança que contenha o crime organizado internacional.

Se há possibilidade, capacidade e condições, já é outra história. Aí sim, uma teoria a se conspirar, mas na prática não quero nem pensar.


Raul Longo
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Raul Longo é jornalista, escritor, pousadeiro e colabora para esta nossa Agência Assaz Atroz
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