O SORRISO AMARELO MÍRIAM LEITÃO – O PRAGUEJAR DE JOSÉ SERRA
Laerte Braga
No momento que o presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional) anunciou a vitória do Rio de Janeiro na disputa por sediar os Jogos Olímpicos de 2016, a apresentadora do JORNAL NACIONAL (NACIONAL?) Fátima Bernardes participava de um programa no canal GLOBONEWS ao lado de outras pessoas, comentaristas, atletas, exatamente na expectativa da divulgação do resultado.
Ao contrário dos demais sua reação ao tomar conhecimento do resultado não foi de alegria. Foi de “e agora Serra, como vamos fazer?” Era visível o desconforto da moça com os comentários feitos pelos outros participantes sobre o papel decisivo do presidente da República na vitória da cidade do Rio de Janeiro. Quando foi chamada a intervir tentou tirar o foco do noticiário sobre Lula e transferi-lo para a presença de Pelé e a importância de Pelé no desfecho da votação sobre a sede das Olimpíadas em 2016. Pelé é imagem, só isso, quando abre a boca só diz besteiras. “Pelé seria um gênio total se fosse mudo” (afirmação de Romário).
Fátima Bernardes, nesse processo todo de engole gente que é a GLOBO, me parece meio que vítima consciente de tudo. Assim como quem resignada aceita o papel que lhe cabe. Miriam Leitão não. É o oposto. Se lhe disserem que Cristo desceu à Terra e elogiou Chávez, começa uma cruzada contra o cristianismo antes mesmo do chefe mandar. Tem a prodigiosa capacidade, o feeling de perceber o que os que lhe pagam desejam, antes mesmo de ser comunicada ou receber a ordem ou ordens do dia. De todos os dias. Isso deve valer um extra.
E ao contrário de Fátima, uma pessoa serena em suas aparições na tevê, Miriam é furibunda.
Miriam Leitão aposta, e já disse isso, no fracasso dos Jogos Olímpicos de 2016. Pensa como colonizada, é remunerada para ser colonizada. É um dos braços da elite econômica e política apátrida que detém ações importantes do BRAZIL/SA. Um consórcio de banqueiros, latifundiários e grandes empresários que tem braços na comunicação (a grande mídia como um todo) e partidos políticos como PSDB, DEM, PPS, etc.
Um dos que acompanhavam com o governador de São Paulo José Serra os momentos que antecederam o anúncio da escolha do Rio, relata que Serra referiu-se várias vezes ao prefeito Eduardo Paes (ex-tucano) com expressões de baixo calão e em todos os momentos destacava a necessidade de se medir o impacto eleitoral do fato para que pudesse ser neutralizado.
Mente doentia. Absoluta ausência de caráter (que é pilar do tucanato). Segundo essa mesma fonte, Serra mencionou Lula como “esse analfabeto, bebedor de cachaça”.
A edição do JORNAL NACIONAL (NACIONAL?) de sexta-feira, dois de outubro, mostrou o lado pragmático da mídia podre. Criticar o quê? Contestar o quê? A alegria pela vitória do Rio transbordou por todo o Brasil (pequenos grupos em São Paulo, parte do território nacional seccionada pelo esquema FIESP/DASLU e controlada pelo “socialista" Paulo Skaft).
Há uma disputa por audiência com a RECORD e neste momento não seria prudente começar a levantar lebres sobre as Olimpíadas em 2016. Era engolir o sapo, dar destaque a quem de fato merece destaque e mais à frente trabalhar a tal estratégia mencionada por Serra sobre medir o impacto eleitoral do fato para que possa ser neutralizado.
Não se trata de ser lulista ou não ser lulista. Se trata de reconhecer o óbvio. A extraordinária empatia entre o presidente da República e o povo. E isso foi dito faz tempo e tem sido repetido agora por vários analistas.
O presidente que não fala inglês leva nítida vantagem sobre o ex-presidente que, além de inglês, fala várias outras línguas e comporta-se como manda o protocolo. Mas é um pilantra. Lula não.
Começa agora, e até outubro de 2010, uma outra batalha na qual as Olimpíadas entram, a batalha onde tucanos e DEMocratas vão tentar fazer escorrer todo o veneno de agentes estrangeiros a serviço de interesses inconfessáveis, na tentativa de ganhar o jogo, qualquer que seja o preço a pagar, qualquer que seja o golpe baixo a aplicar.
É da gênese deles. São bandidos antes mesmo de nascer. Freud fala nisso, a pre-existência do ser, antes da concepção propriamente dita, na essência de quem o concebe.
E quem concebe o tucanato? Washington, Wall Street, Fundação Ford, ALSTOM, etc, etc.
A mesma fonte que se referiu às explosões de mau humor de Serra, de ira, dá conta que o presidente da Câmara, Michel Temer, foi aquinhoado com o epíteto “traidor fdp”.
Há duas formas de se enxergar a conquista do direito de sediar os Jogos Olímpicos de 2016 pela cidade do Rio de Janeiro. Primeiro a cidade do Rio de Janeiro é uma cidade brasileira. Segundo o esquema FIESP/DASLU Brasil é BRAZIL.
No aspecto da conquista em si, ela extrapola o mundinho de gente como Serra. Transforma-se numa extraordinária possibilidade de afirmação para o País, em todos os ângulos que se olhe o fato e principalmente na auto-estima de um povo sofrido e de fato induzido a pensar como o colonizador quer. E aí se abre uma porta imensa para a luta popular. Essa corre por fora exatamente desse mundinho de eleições aqui e ali, disputas mesquinhas, mas que, em si, trazem o germe, o vírus do colonizador.
É onde entra Miriam Leitão. Onde entra A GLOBO. Onde entra VEJA. Essa conversa mole de gastos altíssimos é já uma tentativa de desqualificar a conquista, a vitória e tentar transformá-la num pesadelo futuro.
Admitamos, para efeito de raciocínio, que Serra (vade retro, satanás) seja o próximo presidente. Toma posse num dia e transforma as Olimpíadas de 2016 e a Copa do Mundo de 2014 em fatos tucanos. São cretinos lato senso, chamados engenheiros de obras prontas.
Mas vamos lá. O que o golpe militar que derrubou o presidente Zelaya em Honduras tem a ver com isso?
No meio do caminho descobriu-se que existe uma empresa em Washington DC (como gostam de dizer os norte-americanos) que presta serviços a empresas dos EUA, financiando campanhas de políticos comprados em países da América Latina, ou mesmo políticos daquele país que se oponham a seus interesses, interesses desse complexo empresarial/militar.
Roberto Michelleti, orientado pelos mentores do golpe, em Washington, foi lá e contratou CHLOPACK, LEONARD, SCHECTHER Y ASSOCIADOS, para vender o golpe aos congressistas dos EUA, “abastecer a mídia de noticias favoráveis e criar imagem positiva da quartelada junto à opinião pública”.
E, de repente, se descobre que essa empresa prestou e presta serviços ao narco/presidente da Colômbia Álvaro Uribe. Ao ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso. Aos sobreviventes da Ku Klux Kan nos EUA contra a candidatura presidencial de Obama. E mais que isso, “abastecer a mídia” de notícias que demonizem governos e políticos adversários como Chávez, Evo Morales, Daniel Ortega.
O maior exemplo disso é o documentário “a revolução não será traída”, que mostra in totum o fracassado golpe midiático de abril de 2002 contra Chávez na Venezuela. O papel exercido pelas grandes redes de tevê (GLOBO aqui no Brasil) na tarefa de vender o colonizador, apresentá-lo como aquele que traz apitos novinhos para trocar por ouro do colonizado e um modelo político, econômico e social que leva você a pensar que é John Travolta, mas no duro mesmo é apenas o Mané nesse esquema que William Bonner chamou de Homer Simpson.
Faltam ranhuras, mas é na dignidade dessa gente. Ranhuras de decência, de verdade, de honra, de respeito pelo outro.
Para quem tem dúvidas, a íntegra do contrato entre os golpistas e a empresa norte-americana está em
http://hondurasurgente.blogspot.com/2009/09/marqueteiro-trabalha-para-micheletti.html
É esse tipo de contrato padrão que norteia o trabalho de Míriam Leitão, de Alexandre Garcia, a partir da GLOBO. E atende a VEJA, a FOLHA DE SÃO PAULO, a todo o conjunto da mídia brasileira dita grande. Como atende a Uribe, a FHC e vai atender a Serra, lógico, com maior ímpeto na campanha eleitoral.
E é por conta disso que Bonner se refere ao distinto telespectador, que é também por extensão o leitor de jornais e revistas, como Homer Simpson, o idiota honesto que não percebe o mundo para além da lata de cerveja e do jogo de futebol. Querem que assim seja, trabalham para que assim permaneça.
Conseguiram transformar o governador de Minas Gerais Aécio Neves, um tresloucado que está liquidando com o Estado, em alguém com alguma preocupação que não sejam as viagens alucinadas do pó dele de cada dia.
No caso das Olimpíadas, a tarefa é transformar a conquista do Rio (que é Brasil, até segunda ordem) num pesadelo, ou como dizem no futebol ou no vôlei, tirar o peso do fato, sua importância. Isso, curiosamente, independe de Olimpíadas ou não. Os Jogos Olímpicos são o fato do momento e de grande peso, depende, no duro mesmo, é da luta desesperada para alcançar a chave do cofre, a caneta que nomeia e demite, para passar a escritura do BRAZIL, completando a tarefa de FHC.
Como colher de chá, é preciso só um pouco mais de HALDOL na dose diária de Miriam Leitão, do contrário a senhora em questão, repaginada por plásticas, etc, vai achar que pode voar.
Imagino FHC, poliglota, doutor nisso, naquilo, que, segundo Millôr Fernandes pensa que “FHC é superlativo de PhD”, ao tomar conhecimento que um “analfabeto” conseguiu trazer as Olimpíadas para o Brasil. Aí a dose de HALDOL tem que ser dobrada.
Laerte Braga é jornalista, escritor, médico, cineasta e colabora com esta nossa Agência Assaz Atroz
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