E AGORA, OBAMA? FAZER O QUE COM O “ABRIGADO”?
Laerte Braga
Diplomatas brasileiros freqüentadores de colunas sociais e porta-vozes de interesses norte-americanos e empresariais no País estão encucados com a expressão “abrigado” com que o ministro das Relações Exteriores Celso Amorim se referiu a Manuel Zelaya, presidente constitucional de Honduras. Zelaya está, desde ontem, na sede da embaixada do Brasil em Honduras.
Acostumados a tirar sapatos no aeroporto de New York em revistas para identificar “terroristas”, não se conformam com o fato do Brasil ter um chanceler que não sabe o que é voltar-se para Wall Street e orar seis vezes ao dia, mas só a parte do venha a nós, o vosso reino nada.
Se necessário, para manter o status e continuar e morar na Miami brasileira, Barra da Tijuca, nas compras de Natal em New York tiram as cuecas.
Lamprea e Láfer a essa altura do campeonato devem estar sob cuidados médicos para evitar crise de gripe DASLU. FHC por enquanto não abriu a boca, estão tentando desengasgá-lo. Gripe caviar com molho Ford.
David Leterman (Jô Soares copiou ipsis literis o programa dele, inclusive aquele negócio de beber em caneca) falou outro dia de uma cervejaria instalada em Washington, onde se supunha estar a Casa Branca. Obama que não é bobo, já anunciou que vai ao programa em mais um show tipo correr pelas ruas de New York para aproveitar e desestressar um pouco.
No caso da expressão “abrigado”, saiu dos manuais de subserviência, os caras fundem a cabeça, enrolam a língua, as pernas, e não há champagne que dê jeito. Vão ficar rodando que nem peru bêbado em véspera de Natal. E essa turma preferencialmente o dia de Ação de Graças. Todos têm conta no BRADESCO.
E aquele peru com termômetro, que avisa quando está pronto.
O que Barack Obama vai fazer com esse “estrago” no marketing democracia de fantasia? De repente descobrem que o caviar contrabandeado do Irã vem com fluídos do presidente Ahmadinejad e altos índices de radioatividade.
Chamem Hilary! Já devem ter gritado isso várias vezes.
Falta pouco para acusar Zelaya de estar desenvolvendo um programa oculto para a construção da bomba atômica hondurenha.
O gangster que assumiu o governo de Honduras na velha combinação embaixada dos EUA, elites, forças armadas e mais um general norte-americano para comandar o assalto, literalmente em termos de código penal, disse agora que Zelaya pode ficar morando na embaixada do Brasil o tempo que quiser.
Confissão de impotência depois que meia dúzia de Gilmar Mendes hondurenhos autorizou a “invasão” da embaixada do Brasil. Cortaram a luz e a água, desligaram os telefones.
Centenas de hondurenhos já foram mortos após o golpe. Milhares estão sendo detidos nas caravanas que saem do interior do país rumo a capital Tegucigalpa, onde querem se juntar aos milhares que exigem a volta do presidente Zelaya.
O que é preciso entender nessa história toda é que os dráculas estão apenas fingindo dormir. Agem à luz do dia, desenvolveram tecnologia de destruição e tudo o mais para não se perderem no claro. À noite, sanguessugam toda a América Latina.
No governo Bush um comando de elite foi ao Haiti e prendeu e levou para fora do país o ex-presidente Jean Bertrand Aristides. Inventaram uma tal de intervenção para reconstruir o país, o mais pobre da América Latina, arrastaram o Brasil na aventura e lá estão até hoje.
Em Honduras não foi necessário. Juntaram uns generais, distribuíram uns mimos (assim tipo chaveiro de banco, caneta esferográfica brilhante, ingresso para o jogo dos ianques, etc, etc) e deram um golpe.
Dão todo dia.
Não contavam com a resistência. E nem que de repente a expressão “abrigado” saísse assim como que do nada para definir a condição de Zelaya.
É simples, ô meu! “Abrigado” caracteriza a condição de presidente que, sem condições de exercer seu mandato obtido pelo voto, busca, exatamente, abrigo onde possa fazê-lo.
É isso que Zelaya e os hondurenhos estão fazendo.
E esperando, lógico, que o palácio do governo seja desinfetado e os ratos exterminados.
Ratos, lá, significam tucanos aqui. A mesma coisa, sem querer ofender nem a ratos, essenciais para pesquisas científicas as mais variadas e tucanos – as aves – importantes na fauna (na fauna viu dona Ana Maria Braga) brasileira.
O que Obama vai fazer não sei. Mas que tem um pepino nas mãos, isso tem. Quem sabe não tempera e serve na cervejaria Casa Branca?
Condor fase IV.
Laerte Braga é jornalista, escritor, cineasta e colabora para esta Agência Assaz Atroz.
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PressAA
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