Reaparecimento do Cabo Anselmo após 45 anos
Por Jasson de Oliveira Andrade
O Cabo Anselmo, 67 anos, reapareceu depois de 45 anos vivendo clandestino. O motivo desse aparecimento foi para tirar impressões digitais em São Paulo para recuperar documentos. O que foi feito em 30/7/2009. O procedimento, segundo o jornalista Lucas Ferraz, em reportagem para a Folha (31/7), é para instruir o seu pedido de anistia, visando a ser indenizado como “vítima” do golpe de 64.
Após o Golpe, Cabo Anselmo foi preso. Aí aconteceram alguns fatos estranhos, relatados por mim no artigo “Cabo Anselmo e o Golpe de 64” e que consta de meu livro GOLPE DE 64 EM SÃO JOÃO DA BOA VISTA, á página 222. Neste texto, mostrei que ele traiu seus companheiros, o que ficava comprovada sua traição após o Golpe.
No entanto, algumas declarações do Cabo Anselmo são fortes indícios que ele traiu antes de 31 de março de 1964.
Na entrevista dele ao jornalista Octávio Ribeiro, já falecido, na revista Istoé (28/3/1984), sob o título “Confissão do cabo”, Anselmo declarou sobre a sua fuga da prisão: “A chave da cela ficava na minha mão. A fuga veio com o pessoal da Polop (Organização Política Operária, grupo de esquerda que reunia trotskistas e militares)”. Adiante confessou: “Disse ao guarda de plantão que ia encontrar uma mulher e saí pela porta da frente. O pessoal da Polop me levou para São Paulo e de lá, de carro, fui para o Uruguai” (pág.27). Quem conhece a repressão daquela época (prisão, tortura e, muitas vezes, morte), não pode acreditar que o cabo Anselmo tivesse tanta facilidade (chave da cela na mão dele, bem como o guarda permitiu que ele saísse pela porta da frente para se encontrar com uma mulher!). Principalmente, como disse o jornalista Janio de Freitas no citado artigo: “Não, porém, para o maior incitador da rebelião [dos marinheiros antes do Golpe de 64] e das ameaças à oficialidade (...)”. Isto NUNCA iria acontecer, a não ser que ele era um auxiliar dos golpistas!
Brasil
Cabo Anselmo e os neogolpistas
Fernando Soares Campos
La Insignia. Brasil, julho de 2005.
Janeiro de 1969. Eu contava lá com os meus 19 anos de idade. Foi nesse período que me apresentei a bordo do Submarino Bahia (S12) a fim de me incorporar à tripulação como marinheiro do serviço de máquinas. Como em todas as unidades militares da época, no Bahia havia diversos "secretas" (era como o pessoal denominava os agentes do CENIMAR - Centro de Informações da Marinha). Em qualquer setor de bordo, podia-se identificar pelo menos um deles. Eram, em geral, elementos do quadro subalterno, os quais faziam questão de exibir suas relações com oficiais de alta patente que os indicavam para aquelas funções de alcagüete. Na verdade, os "secretas" não passavam de colaboradores voluntários dos serviços de informação. Em troca dos seus préstimos, invariavelmente conseguiam transferência para servir em unidades de suas preferências.
Leia completo usando o link...
http://www.lainsignia.org/2005/julio/ibe_074.htm.
PressAA
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