quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Dançarinas fazem justiça à imagem do Brasil na Itália

.

QUAL A CARA DO STF? A DE DANTAS? DE BERLUSCONI? AS INSTITUIÇÕES FALIDAS

Laerte Braga

A sensação que ficou ao término do voto do ministro Marco Aurélio Melo no caso Cesare Battisti é a que os outros ministros, os que votaram favoravelmente à imposição do governo italiano, estavam escondidos embaixo de suas mesas, ou bancadas, já que triturados em seus argumentos.

Mas não. Logo o ministro italiano Cezar Peluzo se pôs a justificar o injustificável, a submissão e acima de tudo, a falta de dignidade para o exercício do cargo. A tal de reputação ilibada.

A propósito das declarações de um deputado ou senador italiano que o Brasil não é “propriamente famoso por seus juristas, mas por suas dançarinas”, trazidas à lide pelo ministro Marco Aurélio Melo, não há dúvidas que se aplica a pelo menos cinco ministros do que chamam suprema corte.

Mentiu em seu noticiário a Tevê Justiça a partir do momento que expôs a contenda como sendo “governo italiano versus Cesare Battisti”. É governo italiano contra governo brasileiro, contra Brasil. E a mentira foi deliberada. Quem manda ali é Gilmar Mendes e o embaixador da Itália tem acesso ao seu gabinete pela porta dos fundos, com os fundos que se fizerem necessário para uma vergonhosa e lastimável decisão que aparece no horizonte da mais despudorada e desavergonhada submissão.

O ato que estava e está em julgamento é da lavra do ministro da Justiça e não de Cesare Battisti. Foi Tarso Genro quem concedeu obedecendo a lei e a constituição a condição de refugiado político a Cesare.

O voto do ministro Marco Aurélio, independente de todos os votos equivocados que possa ter proferido ao longo de sua carreira (habeas corpus de Cacciola, absolvição do latifundiário que pagou por sexo com menina de doze anos), mais que o redime, mostra o mínimo (foi brilhante e fulminante o voto) de respeito por si e pelo seu País.

Os que votaram pela extradição sequer sabem o que significa respeito. Não conhecem a palavra, a expressão, ou o seu sentido.

Quando o italiano Cezar Peluzo disse – após o voto de Marco Aurélio – que não se justificava o argumento de crime político levantado pela defesa de Battisti e por Marco Aurélio Melo, pois a Itália, à época, era um estado de direito, mostrou que precisa voltar ao antigo ginasial e estudar História.

Jogou na lata do lixo todo um processo político vivido em todos os países da Europa e a Itália não foi exceção.

E daí? O Brasil em tese é um estado de direito. Onde, se o presidente daquilo que chamam suprema corte é corrupto e venal como Gilmar Mendes?

Pensar que já ocuparam aquelas cadeiras figuras do porte de Ribeiro da Costa, Hermes Lima, Evandro Lins e Silva, Vitor Nunes Leal, Adauto Lúcio Cardoso, Bilac Pinto, putz! O Brasil merece respeito e não merece esse tipo de gente.

A presença descarada o ofensiva, ostensiva, intervindo e reagindo e interagindo com as palavras do ministro Marco Aurélio Melo do embaixador da Itália, nem isso, para resgatar o mínimo de dignidade nos cinco que votaram pela extradição.

A reação e o interagir era de desagrado. O embaixador do duce Berlusconi, senhor dos prostíbulos italianos, deitou e rolou numa corte à qual impôs a sua bota a cinco supostos ministros “brasileiros”.

Isso por si só fulmina o argumento de estado de direito do ministro (putz! Que esculhambação!) Peluzo.

Daniel Dantas está solto e o delegado Protógenes Queiroz ameaçado de demissão por ter cumprido a lei.

Em determinados espaços o Brasil continua a ser uma república de bananas, controlada por marginais arvorados em presidente e ministros da tal corte suprema e sob a batuta da mídia podre e também venal, caso explícito das principais redes de tevê, a GLOBO à frente.

Gilmar Mendes não está e nunca esteve preocupado com a lei, com reputação ilibada (não tem), com notório saber jurídico (não tem a menor noção do que seja isso, só conhece o direito que entra pela porta dos fundos), em momento algum Cesare Battisti lhe diz respeito, exceto pelo fato de poder ali exercer seu poder de coronel travestido de ministro a favor do que há de mais repulsivo neste País, o mundo tucano/DEMocrata.

Foi indicado, debaixo de protestos, para o STF com a finalidade de tomar conta e evitar que toda a bandalheira entreguista do governo FHC, do qual fez parte, onde enriqueceu, saísse debaixo do tapete.

Adiou seu voto por uma razão simples. Não sabe como fazê-lo. Não tem a menor noção. Vai pegar com o embaixador da Itália e o advogado contratado para defender o governo de Berlusconi o papel com o voto e ler.

Pura farsa. Toda aquela pretensa solenidade, toda aquela parafernália de vossa excelência para lá, vossa excelência para cá, um absoluto estado de amoralidade exposto em suas vísceras pelo voto decente, corajoso e correto, brilhante do ministro Marco Aurélio Melo.

Mas como bandidos não se importam de serem chamados de prostitutas, o problema não é deles não.

É nosso. Suportar essa corja?

Pelo amor de Deus, a zona é coisa séria, muito séria, gente padrão Peluzo não entra lá nem amarrado.

Gilmar Mendes não passa nem perto.

Há um desafio posto a Lula. Não pode aceitar a decisão do STF em flagrante desrespeito à constituição, a decisões anteriores em casos semelhantes e precisa mostrar aos brasileiros toda essa sujeira montada em torno de um caso simples, o de concessão de refúgio a um cidadão perseguido em seu país, a Itália, por um governo fascista por motivos políticos.

Se ceder é pegar o boné e ir embora. Perde o respeito por si e deixa de ser presidente do Brasil para cair de quatro, como os ministros que votaram pela extradição, diante de um pedido que ofende à soberania nacional e trata o Brasil como se fôssemos um bando de bárbaros e irresponsáveis, sem o menor vestígio de dignidade.

Não é hora de negociar coisa alguma. Em determinados momentos ou se pega o touro a unha, ou sai com o chifre encimando a honra nacional.

O que está prestes a acontecer é a pior forma de apagão. O da dignidade de um povo ultrajado pelo que chamam de suprema corte. Cinco ministros e seu presidente.

O jornalista Laerte Braga colabora com esta nossa Agência Assaz Atroz.

PressAA

.

Nenhum comentário: